SÃO PAULO (Reuters) - A Procuradoria-Geral da República criou uma força-tarefa para analisar o envolvimento de políticos com as irregularidades investigadas pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura um suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Segundo nota da PGR, a força-tarefa será composta por oito integrantes do Ministério Público e atuará somente na parte do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), justamente aquela que inclui políticos com mandato e que, portanto, possuem prerrogativa de foro, ou seja, só podem ser processados pelo Supremo.
O grupo trabalhará em cooperação com a força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná, que tem atuado no caso e já obteve a aceitação de denúncias pela Justiça contra 39 acusados de envolvimento no suposto esquema, entre eles dois ex-diretores da Petrobras --Paulo Roberto Costa, que dirigiu a diretoria de Abastecimento; e Nestor Cerveró, da área internacional-- e executivos ligados a empreiteiras.
O doleiro Alberto Youssef também tornou-se réu acusado de envolvimento no suposto esquema.
Youssef e Costa firmaram acordos de delação premiada com a Justiça, nos quais se comprometem a colaborar com as investigações em troca de redução de pena. Ambos disseram em depoimentos à Justiça Federal do Paraná que o esquema servia para desviar recursos a políticos e a partidos, como PP, PT e PMDB.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, só apresentará denúncias contra políticos acusados de envolvimento nas irregularidades ao STF a partir de fevereiro, quando acaba o recesso do Judiciário.
(Reportagem de Eduardo Simões)