SÃO PAULO (Reuters) - A MRV (SA:MRVE3), maior construtora de imóveis econômicos do país, teve lucro líquido de 202 milhões de reais no terceiro trimestre, superando em 34,8 por cento o resultado do mesmo período de 2016 em razão de margens melhores e receita líquida recorde.
O número também leva em conta um ganho extraordinário de 46,5 milhões de reais com a capitalização de sua controlada, a Log Commercial Properties. A companhia ainda apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 273 milhões de reais entre julho e setembro, alta de 69,5 por cento na comparação anual.
Já a receita líquida operacional subiu quase 13,6 por cento na mesma base, para um patamar recorde de 1,245 bilhão de reais, refletindo crescimento de 12,3 por cento em vendas contratadas, e de 72,2 por cento em lançamentos, conforme adiantado pela companhia na prévia operacional divulgada em 16 de outubro.
"Em 2017 tivemos um primeiro trimestre razoável, vendemos mais no segundo, ainda mais no terceiro e vemos um quarto trimestre muito interessante porque, de fato, a economia está melhor, o cliente mais confiante e com maior intenção de compra", disse à Reuters o copresidente da MRV, Rafael Menin, sem fornecer números preliminares para o período de outubro a dezembro.
Ele ainda ressaltou que a companhia espera terminar o próximo ano com um estoque de terrenos (landbank) de pelo menos 50 bilhões de reais. Ao término do terceiro trimestre, a MRV tinha o equivalente a 44,2 bilhões de reais.
"O mercado está propício para o comprador de terreno e vamos continuar agressivos pelo menos até o fim de 2018", comentou Menin.
Questionado pela Reuters se a construtora pretende ampliar as operações para além das faixas do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, o executivo disse que o atual estoque de terrenos atenderia a empreendimentos acima do programa habitacional, mas não quis se aprofundar no assunto.
Ainda de acordo com ele, a MRV deve atingir a meta de 50 mil unidades lançadas por ano antes do esperado. "Já estamos em cerca de 40 mil por ano e atingiremos antecipadamente a marca de 50 mil por ano", afirmou.
Menin ainda reiterou que o percentual de distratos em relação às vendas deve cair a um dígito até o fim de 2018, com a extensão do mecanismo de venda garantida, por meio do qual a companhia só contabiliza a receita após o cliente assinar o contrato de financiamento com o banco, para outras regiões.
Atualmente, o método abrange 25 por cento das 148 cidades em que a MRV atua. "Fecharemos o ano perto de 40 por cento", disse o executivo, ressaltando que o objetivo é praticamente zerar o índice de distratos até o fim de 2019.
No terceiro trimestre, a relação distratos/vendas caiu a 17,1 por cento, de 19,5 por cento em junho e 22,9 por cento em setembro de 2016.
(Por Gabriela Mello)