Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - As ações da MRV&Co desabavam na bolsa paulista nesta segunda-feira, após dados operacionais fracos no terceiro trimestre, com queda nas vendas e lançamento e consumo de caixa.
Às 10:49, os papéis da companhia caíam 10,47%, a 9,41 reais, pior desempenho do Ibovespa, que subia 1,03%. Na mínima até o momento, chegaram a 9,39 reais.
A holding, que controla a maior construtora residencial da América Latina, a MRV Engenharia (BVMF:MRVE3), teve queda de 27,3% nas vendas líquidas de julho a setembro, para 1,46 bilhão de reais, e consumo de caixa de 1,23 bilhão.
Analisas do Itaú BBA rebaixaram a recomendação das ações para "market perform" após os números, bem como o preço-alvo de 15 para 12 reais, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.
Para Daniel Gasparete e equipe, os riscos envolvidos nas operações nos Estados Unidos, que demandam forte volume de capital, e a recuperação mais lenta do que o esperado nas operações no Brasil agora superam o impulso positivo do segmento de baixa renda.
Eles admitem que a Resia - unidade residencial nos EUA - é um ótimo negócio, mas está em um momento difícil do ciclo, dadas as condições mais desafiadoras em 15 anos do mercado imobiliário norte-americano.
Apenas a unidade teve consumo de caixa de cerca de 975 milhões de reais no terceiro trimestre.
No Brasil, eles veem ambiente positivo para habitação de baixa renda como não se observava há algum tempo, o que deve beneficiar a MRV, mas acrescentaram que a prévia indica que seus pares estão mais à frente nesse processo.
A prévia operacional da MRV&Co também foi considerada fraca por analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), que esperavam uma reação negativa do mercado por causa de preocupações de investidores com um aumento de endividamento.
Gustavo Cambauva e equipe, porém, afirmaram que seguem compradores e que veem a queda como oportunidade de compra, destacando que a Resia oferece grande valor aos acionistas, mas que isso não está precificado na ação.
Eles argumentam que a maioria dos investidores se preocupa com sua alavancagem, mas não leva em consideração o crescimento ou o valor presente líquido (NAV) dos projetos internos, tornando-a quase uma opção gratuita que poderia valer muito.
Os analistas do BTG Pactual também avaliam que o cenário para o programa Casa Verde e Amarela também melhorou muito recentemente, com mais subsídios injetados no programa.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)