BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta quarta-feira que não há risco de mais embargos à carne do país após a mais recente fase da Operação Carne Fraca, que apontou fraudes na fiscalização sanitária dos produtos.
A Polícia Federal anunciou a nova fase da investigação esta semana, emitindo vários mandatos de prisão e apreensão. A operação prendeu o ex-presidente-executivo da BRF (SA:BRFS3), maior exportadora de carne de frango, Pedro Faria.
Maggi disse a jornalistas que a fase mais recente trata de eventos em 2014 e 2015. Não houve novas acusações desde então.
"Essas coisas estão no passado e nós queremos separar claramente o passado do presente e defender o ponto de vista do ministério de que estamos fazendo as coisas correta e transparentemente", ele disse.
O ministério enviou informações esclarecendo a natureza das novas acusações para parceiros comerciais e instituiu "auto embargos" como medidas preventivas, disse ele.
Na segunda-feira, o ministério suspendeu as atividades em quatro fábricas da BRF. Foram suspensas ainda as exportações pelos frigoríficos envolvidos para 12 destinos: África do Sul, Argélia, Coreia do Sul, Israel, Irã, Macedônia, Maurício, Tadjiquistão, Suíça, Ucrânia, Vietnã e União Europeia, segundo nota do ministério da véspera.
Junto com planos de continuar revisando e modernizando o sistema de segurança de alimentos do Brasil, o país está levando em frente um plano para centralizar as inspeções de frigoríficos, disse Maggi.
O Brasil será dividido em dez regiões, com os frigoríficos em cada região sob a autoridade de um agente federal do serviço de inspeção animal, segundo ele.
Maggi conversou com repórteres após lançamento de um sistema online que deve auxiliar no escoamento da safra do Brasil.
(Por Jake Spring)