Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um navio que transportava minério de ferro da Companhia Siderúrgica Nacional (BVMF:CSNA3) (CSN) com destino à Cingapura, se envolveu em um acidente próximo ao Porto de Itaguaí, na Baía de Sepetiba (RJ), e está fundeado nas proximidades do terminal, informou a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro nesta quarta-feira.
O acidente aconteceu na quarta-feira passada, mas o órgão ambiental afirmou ter sido comunicado apenas nas últimas horas. Não houve vazamento de minério ou de combustível e as manobras no porto de Itaguaí também não foram interrompidas, segundo o secretário de Ambiente e vice governador do Estado, Thiago Pampolha.
"Estamos tentando levantar o quanto de minério estava sendo transportado; sabemos que é bastante coisa. O navio estava lotado e indo para Ásia. Não houve vazamento", disse o secretário à Reuters.
Segundo dados do terminal Eikon, da Refinitv, o True Conrad navega sob bandeira da Libéria, foi construído em 2017 e tem quase 300 metros de comprimento. A embarcação tem capacidade para cerca de 208 mil toneladas de carga e está na Baía da Ilha Grande.
A causa do acidente está sendo apurada e o navio está passando por reparos e retirada a água. Pampolha disse à Reuters que a embarção chegou a adernar, mas agora, a situação está controlada e o navio estabilizado.
"Fiz um sobrevoo na região; já começaram reparos no casco, isolamento e fundeamento da embarcação. Em princípio não há risco de vazamento", afirmou o secretário.
"A empresa demorou muito a nos comunicar. Nós já notificamos a CSN para fazer uma barreira de contenção para evitar um eventual vazamento e devemos multar tanto o armador quanto a CSN pelo não aviso", acrescentou.
A multa a ser aplicada deve ser de 50 mil reais por conta da demora na notificação do acidente e, caso medidas preventivas não sejam adotadas, pode chegar a 2 milhões de reais. Se houver dano ambiental, a penalidade, de acordo com o secretário, pode atingir 50 milhões de reais.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mobilizou uma equipe que segue na região para atuar em conjunto com a Capitania dos Portos para acompanhamento e avaliação do cenário.
"Ele (navio) chegou a afundar um pouco, entrou água, mas com reparos e retirada da água, estabilizou", afirmou Pampolha, acrescentando que não há previsão sobre quanto o navio vai ser liberado. "A gente acredita, com base em conversas não oficiais, que a partir de amanhã já haja possibilidade de pensar em liberar", disse o secretário.
O órgão ambiental estadual também notificou a siderúrgica solicitando mais esclarecimentos sobre a embarcação.
Procurada, a CSN afirmou em comunicado que a responsabilidade é da empresa contratante da carga e que o navio está fora da poligonal do Porto de Itaguaí.
A CSN afirmou ainda que de acordo com a Marinha, o navio está passando por reparos e que não foi detectado "qualquer indício de poluição hídrica".