VIENA (Reuters) - Conversas indiretas entre Teerã e Washington a respeito de uma retomada do acordo nuclear de 2015 foram retomadas em Viena neste sábado, enquanto a União Europeia disse que as negociações são intensas e a Alemanha pediu um progresso rápido.
A sexta rodada de conversas começou com uma reunião das partes remanescentes do acordo – Irã, Rússia, China, França, Reino Unido, Alemanha e a União Europeia – em um hotel de luxo.
A delegação americana para as negociações, conhecida como Comissão Conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, sigla em inglês) está hospedada em um hotel próximo enquanto o Irã se recusa a realizar reunião cara a cara.
O coordenador chefe das discussões, a autoridade da União Europeia para política externa, Enrique Mora, liderando a diplomacia entre Irã e Estados Unidos, disse que espera um acordo nesta rodada de conversas. Outros enviados, no entanto, estão mais cautelosos, dizendo que muitos assuntos difíceis ainda precisam ser resolvidos.
"Estamos fazendo progresso, mas as negociações são intensas e várias questões (permanecem), incluindo como os próximos passos serão implementados", disse um porta-voz da UE a repórteres, adicionando que o objetivo é "encontrar formas para ficar muito próximo de um acordo final nos próximos dias".
O acordo, conhecido formalmente como Plano de Ação Conjunta Ampla, impôs limites rígidos às atividades nucleares do Irã, pensados para estender o tempo que Teerã precisará para obter material suficiente para uma arma nuclear, caso decida fazê-lo.
O Irã nega ter buscado fabricar armas nucleares e diz que seus objetivos são pacíficos.
O presidente Donald Trump tirou os Estados Unidos do acordo em 2018 e restaurou sanções econômicas. O Irã respondeu produzindo mais urânio enriquecido do que o permitido e enriquecendo-o a níveis mais altos de pureza, recentemente a quase níveis suficientes para armas nucleares.
"Enrolar não é do interesse de ninguém", disse à Reuters o ministro das Relações Exteriores da Alemanha Heiko Maas, que não está nas conversas, insistindo para que todos os lados mostrem flexibilidade e pragmatismo.
O principal enviado da China disse que o ponto central são as sanções americanas. "Nossa mensagem para eles (os EUA) é que eles parem de dançar ao redor do assunto e façam um movimento decisivo para levantar as sanções", disse o embaixador da China para a organização de supervisão nuclear da ONU, Wang Qun.