VEVEY Suíça (Reuters) - O crescimento de vendas da Nestlé, maior grupo de alimentos do mundo, desacelerou nos primeiros nove meses do ano, com o impacto de uma fraqueza no desempenho na Ásia e pressões sobre preços na Europa.
O dado de vendas da companhia veio abaixo do esperado e fez as ações da multinacional suíça caírem, apesar da empresa ter mantido sua meta de crescimento orgânico de vendas de cerca de 5 por cento em 2014.
As vendas da Nestlé caíram 3,1 por cento, para 66,2 bilhões de francos suíços (70,3 bilhões de dólares) de janeiro a setembro, atingidas também pela valorização do franco suíço. A expectativa média do mercado era de receita de 66,78 bilhões, segundo pesquisa da Reuters.
Os negócios com as ações da Nestlé chegaram a ser suspensos nesta quinta-feira, quando os papéis recuaram mais de 4 por cento. Às 8h56 (horário de Brasília), as ações caíam 2,99 por cento.
Nas Américas, as vendas da companhia tiveram queda de 7 por cento no período, para 19,3 bilhões de francos suíços. A empresa disse no relatório de vendas que a confiança do consumidor variou na América Latina, especificamente, mas pontuou ter registrado boas performances no Brasil nas categorias de atuação do grupo.
Em termos ajustados, a receita orgânica nas Américas cresceu 4,8 por cento. No mundo, houve alta de 4,5 por cento no período por esse critério, abaixo da previsão de 4,7 por cento.
"O crescimento orgânico ficou abaixo das expectativas, em particular com relação ao enfraquecimento da tendência de negócios no terceiro trimestre", disse Michael Romer, analista do J.Safra Sarasin, em relatório.
O presidente-executivo da Nestlé, Paul Bulcke, disse que a companhia deverá ser capaz de produzir crescimento orgânico de mais de 4,5 por cento no ano. "Eu sou um homem ambicioso (...) Tenho bastante confiança. Os 4,5 por cento até agora não são ruins se você considerar todos os fatores."
(Por Joshua Franklin e Silke Koltrowitz)