Por Martinne Geller
LONDRES (Reuters) - A gigante de alimentos Nestlé planeja combinar suas operações de pesquisa científica em uma única unidade, na tentativa de acelerar o desenvolvimento de novos produtos em um momento em que a concorrência com empresas menores está se intensificando.
A maior fabricante de alimentos embalados do mundo, com marcas como café Nescafé e água Perrier, vem enfrentando há anos desaceleração nas vendas. Agora, a empresa também está sob pressão do acionista ativista Daniel Loeb para aumentar o retorno aos investidores.
Para competir melhor, a empresa suíça disse à Reuters que fundir seu Centro de Pesquisa Nestlé e o Instituto Nestlé de Ciências da Saúde (NIHS, na sigla em inglês) em uma organização chamada Nestlé Research.
A nova entidade, que deve ser anunciada ainda nesta quinta-feira, continuará baseada em Lausanne, na Suíça, e empregará cerca de 800 pessoas.
A reorganização, que será efetiva a partir de 1º de julho, não envolverá cortes de empregos ou o fechamento de instalações, disse um porta-voz.
Ao vincular a pesquisa pura feita no NIHS com o Centro de Pesquisa com foco maior na aspecto comercial, a empresa espera acelerar a tradução de descobertas científicas em produtos comercializáveis.
Também espera que isso ajude a competir com rivais menores e mais ágeis que vêm conquistando fatia de mercado da Nestlé e de outras grandes empresas como a Danone, a Unilever (LON:ULVR), a Kraft Heinz e a Kellogg.
O vice-presidente de tecnologia da Nestlé, Stefan Palzer, reconheceu no início do mês que a empresa precisa acompanhar o aumento da demanda por produtos orgânicos, sem glúten ou veganos.
"As grandes tendências são adotadas mais ativamente por empresas menores do que por grandes empresas", disse Palzer à Reuters antes de os planos de otimização da Nestlé terem sido finalizados.
Nos Estados Unidos - o maior mercado de alimentos embalados do mundo - as pequenas marcas poderão responder por 15 por cento de um setor de 464 bilhões de dólares em uma década, contra cerca de 5 por cento no ano passado, previu a Bernstein Research no ano passado.
(Por Martinne Geller)