Por Naomi Tajitsu e Thomas Wilson
TÓQUIO (Reuters) - A Nissan Motor cancelou a potencial venda de 1 bilhão de dólares de sua unidade de baterias para carros elétricos para a chinesa GSR Capital e, embora a empresa afirme que ainda busca um comprador, analistas acreditam que uma venda seria difícil já que a tecnologia não é de vanguarda.
A segunda maior montadora do Japão disse nesta segunda-feira que a companhia chinesa da investimento não tinha os recursos para fazer a aquisição. O acordo não pode ser concluído até o prazo de 29 de junho, informou a Nissan, encerrando um processo que havia enfrentado diversos atrasos desde seu anúncio há quase um ano.
A GSR, que anteriormente neste ano se comprometeu em gastar centenas de milhões de dólares em projetos de bateria em lugares como Suécia e Turquia, não comentou.
Regulações globais mais restritas sobre emissões levaram montadoras globais a desenvolver e produzir em massa carros elétricos. Empresas de bateria e fabricantes de autopeças buscam expandir a produção de baterias de lítio, um componente crucial desses veículos.
Em agosto, a Nissan anunciou plano de vender a Automotive Energy Supply Corp (AESC), que inclui fábricas de bateria nos Estados Unidos, Inglaterra e Japão, para a GSR por um valor não informado.
Uma fonte disse à Reuters naquele momento que a empresa chinesa havia concordado em pagar à Nissan um total de 1 bilhão de dólares pelo acordo.
A montadora japonesa quer vender a AESC, à medida que olha além de sua unidade para produzir baterias de lítio de baixo custo e alta performance. Sua parceira Renault adquire as baterias para veículos elétricos da sul-coreana LG Chem.
No entanto, o acordo com a empresa chinesa passou por uma série de atrasos, incluindo negociações prolongadas entre a GSR Capital e a NEC Corp, que detém uma participação de 43 por cento na empresa, sobre a aquisição de sua subsidiária NEC Energy Devices, que detém uma fatia de 7 por cento.
A Nissan, que tem uma participação de 51 por cento na AESC, ampliou o prazo da negociação três vezes em relação ao original de dezembro de 2017.
Um porta-voz da montadora disse que a empresa ainda planeja vender a subsidiária, mas se recusou a comentar se a GSR poderia ser um comprador potencial.