PARIS (Reuters) - O recém-nomeado presidente-executivo da Air France-KLM, Ben Smith, teve reuniões com a ministra dos Transportes da França, Elisabeth Borne, disse nesta quarta-feira um porta-voz do governo, conforme um grupo de sindicatos da empresa aérea se prepara para decidir sobre nova greve para pressionar por aumento salarial.
A ministra se encontrou com Smith terça-feira para "uma primeira discussão de principais assuntos" que o grupo enfrenta, disse o porta-voz.
O executivo, anteriormente da Air Canadá e o primeiro não francês a assumir a liderança da Air France, foi nomeado na semana passada, três meses após seu antecessor demitir-se em meio a greves sobre salários.
A própria remuneração de Smith pode inflamar as tensões, uma vez que ele enfrenta o desafio de fechar novos acordos com o sindicato da Air France sobre pagamento e produtividade.
Seu pacote de remuneração chega a 3,25 milhões de euros, entre pagamento fixo e variável, com um adicional de 1 milhão de euros se determinadas metas forem alcançadas, disse a Air France-KLM em um comunicado em seu website, confirmando reportagens francesas anteriores sobre o assunto.
Smith, de 46 anos, deve assumir sua nova função no fim de setembro.
Sindicatos que apoiaram greves anteriores vão se reunir segunda-feira para decidir se adotam mais ações, em meio a alguns sinais de que representantes de trabalhadores suavizaram sua postura e podem optar por um começo mais conciliador com o novo presidente-executivo.
"Além do contexto econômico e social, não é tão chocante que o líder de uma empresa como Air France-KLM deveria merecer um salário em pé de igualdade com nossos principais concorrentes", disse um membro do sindicato envolvido nas negociações.
Outro influente sindicato de pilotos, o SPAF, se retirou do grupo e indicou na quarta-feira que não apoiaria nenhuma ação imediata antes da chegada de Smith. "Nós vamos esperar para conhecê-lo", disse o presidente do SPAF, Gregoire Alpincourt.
(Por Cyril Altmeyer)