WINNIPEG, Manitoba (Reuters) - A Nutrien, maior produtora de fertilizantes do mundo, pretende dar continuidade aos planos de expansão da capacidade de produção de potássio e nitrogênio, apesar de uma forte retração na demanda de potássio devido aos altos preços, disse o presidente-executivo da empresa nesta quinta-feira.
A companhia canadense está aumentando a produção de potássio em 20% para 18 milhões de toneladas anuais até 2025, ajudando o mundo a lidar com a oferta global apertada relacionada a sanções contra a Rússia e a Belarus, o segundo e terceiro maiores produtores depois do Canadá.
Os preços subiram tanto, contudo, que as vendas da Nutrien na América do Norte e no Brasil, seus dois principais mercados de potássio, decepcionaram os investidores durante o terceiro trimestre.
"Vemos isso como uma calmaria temporária e nossa confiança nas perspectivas para os fundamentos de nossos negócios não mudou", disse o CEO Ken Seitz em uma teleconferência.
A Nutrien cortou na quarta-feira sua previsão de lucro ajustado para o ano inteiro pela segunda vez. Suas ações caíram 12% em Toronto.
Em entrevista, Seitz disse que a Nutrien tem flexibilidade para se ajustar quando lançar um volume adicional de potássio ao mercado até 2025, mas não vê motivos para alterar seus planos.
"Se o mundo mudar para nós, com certeza, podemos ajustar nossos planos, reduzir o capital", disse Seitz.
Mas a proporção dos estoques globais de grãos para uso está no nível mais baixo em 25 anos, exigindo várias safras para recompor, disse ele.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, um importante exportador de trigo, prejudicou os embarques ucranianos. As secas na China e nos Estados Unidos limitaram ainda mais a oferta global de grãos.
A Rússia reingressou nesta semana em um pacto para liberar os embarques da Ucrânia, mas pediu às Nações Unidas que também facilitem as exportações de fertilizantes e alimentos russos.
Seitz disse que os agricultores do Meio-Oeste dos EUA, que aplicam fertilizantes no outono após a colheita, bem como na primavera, estão mostrando mais interesse agora com os preços reduzidos do potássio.
Os preços caíram nos últimos seis meses, embora não o suficiente para estimular ainda mais a demanda, disse o analista do Scotiabank, Ben Isaacson, em nota.
(Por Rod Nickel em Winnipeg)
((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751))
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