Por Senad Karaahmetovic
Ao refletir sobre o mercado acionário na semana passada, especialmente sobre a liquidação de sexta-feira em resposta ao discurso do Fed, Michael Wilson, do Morgan Stanley (NYSE:MS), afirma que o maior risco para as ações continuam sendo os resultados, e não os juros.
Embora Powell tenha sido claro em sua mensagem, no sentido de que o Fed está totalmente focado em trazer a inflação para baixo, o que implicaria juros mais altos, Wilson acredita que “a trajetória das ações a partir de agora será determinada pelos resultados, que podem sofrer uma grande queda, em nossa avaliação".
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“Apesar de os índices P/L voltarem a cair, continuamos bem acima do valor justo com base em nossa estrutura de prêmio de risco em ações”, escreveu em nota aos clientes o principal estrategista de ações dos EUA do Morgan Stanley.
Ainda que a culpa por “quase toda a fraqueza” do primeiro semestre do ano se deva ao Fed, Wilson reitera que o segundo semestre do ano será marcado pelas expectativas de resultados para o próximo ano.
“Os investidores de ações devem ficar bastante focados nesse risco, e não no Fed, sobretudo no momento em que entramos no período sazonal mais fraco do ano para revisões de resultados, e a inflação continua corroendo as margens e a demanda”, acrescentou Wilson.
O indicador antecipado de resultados do Morgan Stanley prevê “uma forte queda no crescimento do LPA nos próximos meses".
“Uma importante lição desse modelo é que o índice ISM de atividade industrial e as pesquisas regionais do Fed no setor de manufatura apontam para uma queda contínua no PMI. A taxa de mudança na amplitude das revisões de resultados também leva a um crescimento prospectivo do LPA e aponta para uma queda do crescimento”, concluiu o estrategista do Morgan Stanley.