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O que nos torna humanos? Estudo do genoma de primatas oferece algumas pistas

Publicado 01.06.2023, 16:14
Atualizado 01.06.2023, 16:16
© Reuters. Gorila em parque nacional em Ruanda
9/1/2018 REUTERS/Thomas Mukoya/Arquivo

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - O estudo genômico mais abrangente já realizado em primatas -- um grupo que inclui lêmures, macacos, grandes símios e humanos -- revelou características genéticas essenciais que são exclusivas dos seres humanos, ao mesmo tempo em que aprimorou a linha do tempo para a divisão evolutiva de nossa linhagem em relação aos nossos parentes mais próximos, os chimpanzés e bonobos.

Pesquisadores disseram nesta quinta-feira que sequenciaram e analisaram os genomas de 233 espécies de primatas, compreendendo quase metade das espécias vivas atualmente, e surpreendentemente descobriram que a maioria possui uma maior diversidade genética, variação dentro de uma espécie que é vital para a adaptação a ambientes em mudança e outros desafios, do que humanos.

"Estudar a diversidade genômica dos primatas é importante não apenas diante da atual crise de biodiversidade, mas também tem um enorme potencial para melhorar nossa compreensão das doenças humanas", disse o geneticista Lukas Kuderna, do Instituto de Biologia Evolutiva do Parque de Pesquisa Biomédica de Barcelona, na Espanha, e Illumina, principal autor do artigo da pesquisa publicado na revista Science.

Os chimpanzés e bonobos são os mais próximos geneticamente dos humanos, compartilhando aproximadamente 98,8% do nosso DNA, enquanto os lêmures e lóris são os menos relacionados aos humanos entre os primatas.

O estudo ajustou a linha do tempo para a divergência da linhagem evolutiva que levou ao homem moderno e àquela que levou aos chimpanzés e bonobos, descobrindo que esse marco ocorreu de 6,9 milhões a 9 milhões de anos atrás, um pouco mais do que o estimado anteriormente.

A linhagem humana, através de uma sucessão de espécies, posteriormente adquiriu características centrais como o bipedalismo, membros mais longos e um cérebro maior.

© Reuters. Gorila em parque nacional em Ruanda
9/1/2018 REUTERS/Thomas Mukoya/Arquivo

O estudo explorou as origens dos primatas como um grupo. O último ancestral comum de todos os primatas existentes viveu entre 63,3 milhões e 58,3 milhões de anos atrás, durante uma época de notável inovação evolutiva após o impacto do asteróide, 66 milhões de anos atrás, que condenou os dinossauros e permitiu que os mamíferos alcançassem o domínio.

As ameaças relacionadas ao homem, como destruição de habitat, mudança climática e caça, deixaram cerca de 60% das espécies de primatas ameaçadas de extinção e cerca de 75% com populações em declínio.

Os dados genômicos podem ajudar a identificar as espécies de primatas que mais precisam de esforços de conservação.

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