SÃO PAULO (Reuters) - O grupo Odebrecht anunciou nesta sexta-feira acordo para receber empréstimo de 2,6 bilhões de reais junto aos maiores bancos do país e usar parte dos recursos para pagar bônus vencidos de sua construtora, perto do fim do prazo para empresa ser declarada como inadimplente.
A companhia firmou o empréstimo junto aos bancos Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e Bradesco (SA:BBDC4), em um acerto que envolveu ainda garantias detidas por Banco do Brasil (SA:BBAS3), Santander Brasil (SA:SANB11) e BNDES, na forma de ações da petroquímica Braskem (SA:BRKM5), em financiamentos anteriores concedidos por estas instituições.
Dos recursos do financiamento, 1,7 bilhão serão concedidos "imediatamente" e a empresa vai usar o crédito para pagar bônus internacionais emitidos pela Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), cujo prazo de cura de 30 dias para quitação vencia nesta sexta-feira.
A OEC deixou de cumprir com pagamento de bônus de 500 milhões de reais em 25 de abril e estava em período de carência desde então. Se a empresa não pagasse a dívida nesta sexta-feira, credores poderiam decretar vencimento antecipado de outros títulos.
A Reuters havia publicado anteriormente, citando fontes, que a Odebrecht tinha conseguido o acordo com os bancos, garantindo mais um ano para pagar outros empréstimos. Embora apenas o Itaú e o Bradesco tenham feito o novo empréstimo, todos os bancos tiveram que concordar que a Odebrecht assumisse mais dívidas e fizesse mudanças nas garantias.
Segundo as fontes, a participação de 38,3 por cento da Odebrecht na Braskem servirá como garantia colateral para mais de 10 bilhões de reais em empréstimos, incluindo o novo desembolso.
"A conclusão da negociação com os bancos traz mais segurança à Odebrecht para honrar seus compromissos financeiros, inclusive os decorrentes dos acordos assinados com as autoridades no âmbito do seu acordo de leniência", disse o grupo em comunicado.
(Por Alberto Alerigi Jr.)