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Oi pede aditamento de Recuperação Judicial e estabelece preço da rede móvel

Publicado 16.06.2020, 09:12
© Reuters.
OIBR3
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Por Gabriel Codas

Investing.com - A Oi (SA:OIBR3) divulgou fato relevante informando que protocolou perante o Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro proposta de aditamento ao Plano de Recuperação Judicial homologado visando a sustentabilidade do seu negócio, por meio da reorganização e simplificação do grupo do ponto de vista societário e operacional. A rede móvel tem valor mínimo de R$ 15 bilhões.

Assim, a companhia quer assegurar maior flexibilidade e eficiência financeiras. De acordo com a tele, estes ajustes facilitarão o acesso ao mercado financeiro para a captação de novos recursos necessários ao equacionamento racional de sua dívida e à viabilização da execução não apenas do seu Plano de Recuperação Judicial, mas também do seu Plano Estratégico, que visa ao reposicionamento, à criação de valor para todos os seus stakeholders e à sustentabilidade de longo prazo.

O aditamento ao PRJ ainda será submetido à votação em Assembleia Geral de Credores e, posteriormente, à homologação pelo Juízo da RJ, podendo, portanto, sofrer ajustes nos seus termos e condições e nas medidas nele previstas.

A estratégia da Oi tem como principal objetivo a transformação de seu modelo de negócio, com foco na utilização e rápida ampliação de sua extensa infraestrutura de fibra ótica como diferencial competitivo, incluindo suas redes de transporte (backbone, backhaul e rede de dados), e redes de acesso primárias e secundárias (links dedicados, anéis metropolitanos e redes de acesso FTTH), viabilizando e suportando as necessidades de conexão em alta velocidade e provimento de serviços para seus clientes residenciais, empresariais, corporativos e de governo, bem como o provimento de serviços de infraestrutura para os demais provedores de serviços de telecomunicações do país, incluindo a viabilização de conexões para a nova tecnologia 5G.

O aditamento ao PRJ prevê a segregação de quatro UPIs distintas dos ativos, passivos e direitos das Recuperandas associados à operação em telefonia e dados no mercado de comunicação móvel (UPI Ativos Móveis); infraestrutura passiva (UPI Torres e UPI Data Center); e operação de redes de telecomunicações (UPI InfraCo).

A operação de telefonia móvel e seus relativos ativos tem o valor mínimo de R$ 15 bilhões. A Oi prevê ainda a venda integral da UPI torres, por R$ 1 bilhão, e data center, por pelo menos R$ 325 milhões.

No caso da UPI InfraCo, a Oi deverá manter participação relevante, já que vai reunir ativos de infraestrutura e fibra, áreas às quais a empresa pretende dedicar-se. Esse aditamento prevê a venda de até 51% do capital votante, por valor mínimo de R$ 6,5 bilhões.

Balanço

A operadora teve prejuízo líquido consolidado de 6,25 bilhões de reais no primeiro trimestre de 2020, período marcado por queda de receitas e salto no endividamento ano a ano, segundo balanço divulgado nesta terça-feira antes da abertura do mercado.

Um ano antes, o companhia teve lucro líquido consolidado de 679 milhões de reais, segundo dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na madrugada desta terça-feira.

A receita líquida total consolidada caiu 7,4%, para 4,75 bilhões de reais de janeiro a março de 2020, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de rotina recuou 5,8%, para 1,5 bilhão de reais. A margem Ebitda de rotina passou a 32,3%, ante 31,7% um ano antes.

A Oi reportou despesas financeiras de 6,5 bilhões de reais no trimestre, em comparação a uma despesas de 202 milhões no mesmo período do ano anterior, em resultado afetado, principalmente, pelo impacto negativo da forte depreciação cambial no período.

A dívida líquida da companhia cresceu para 18,1 bilhões de reais, de 10,1 bilhões de reais no mesmo período de 2019.

A dívida bruta consolidada alcançou 24,4 bilhões de reais, um salto de 49,3% ano a ano.

A Oi reportou caixa disponível de 6,3 bilhões de reais no final do primeiro trimestre, próximo ao montante registrado um ano antes, mas acima dos 2,3 bilhões de reais no final do ano passado, com a entrada de parte dos recursos da venda da participação na Unitel e emissão de debêntures privadas.

Os investimentos (capex) da Oi nos primeiros três meses deste ano somaram 1,8 bilhão de reais, acréscimo de 4% frente ao mesmo intervalo do ano anterior, mas queda de 9,9% em relação ao último trimestre de 2019.

*Com Reuters

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