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Paris, Berlim, Roma e Madri buscam recuperar a confiança no euro

Publicado 26.06.2012, 17:50

Paris, 26 jun (EFE).- Os ministros de Finanças da Alemanha, França, Itália e Espanha se reúnem nesta terça-feira em Paris para articular posturas e preparar a cúpula europeia de quinta-feira e sexta-feira com o objetivo de buscar soluções à desconfiança dos investidores na capacidade da zona do euro de enfrentar a crise da dívida.

O anfitrião, o ministro francês Pierre Moscovici, disse que este jantar de trabalho faz parte da "fase de preparação ativa" do encontro de Bruxelas do Conselho Europeu e que o objetivo é "estabelecer as bases de uma Europa da confiança".

Moscovici considerou crucial a próxima cúpula europeia. "É preciso agora estabelecer as bases da segunda fase do euro, que lhe permita se consolidar definitivamente e fornecer a prova de que somos capazes de uma integração bancária, orçamentária, financeira, política e de crescimento".

O ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, concordou com o homólogo francês em termos mais contundentes antes de viajar a Paris: "nesta cúpula, estamos lidando com uma parte muito importante do euro".

A reunião desta terça-feira na capital francesa conta com a presença de Pierre Moscovici (França), Luis de Guindos (pela Espanha), Wolfgang Schäuble (Alemanha) e Vittorio Grilli (Itália), além do comissário de Assuntos Econômicos da União Europeia (UE), Olli Rehn, e representantes do Eurogrupo - fórum de ministros de Economia do bloco - e da Presidência do Conselho Europeu.

A expectativa é que o encontro desta terça-feira sirva para melhorar o entendimento entre os países participantes em relação ao estipulado na mini-cúpula de Roma de sexta-feira passada, que teve a presença do primeiro-ministro da Itália, Mario Monti; o presidente francês, François Hollande; a chanceler alemã, Angela Merkel; e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.

Os líderes dos quatro países que agora estão reunidos em Paris, decidiram propor na cúpula a criação de um fundo de 130 bilhões de euros, equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE, para reativar a atividade econômica no continente.

Foi um ponto destacado pela França. Moscovici disse que as coisas conseguiram se movimentar na Europa após as promessas de campanha eleitoral de Hollande em favor do crescimento como condição para dar seu sinal verde ao pacto fiscal comunitário.

No entanto, as declarações otimistas não foram suficientes para frear a pressão dos mercados. Depois do leve respiro de sexta-feira, a taxa de risco da Espanha e da Itália voltaram a subir em meio às dúvidas sobre o resultado da cúpula de Bruxelas.

São dúvidas que têm a ver em parte com as divergências entre Alemanha e França, que se constituiu como porta-bandeira de algumas das reivindicações dos países do sul do continente sobre a necessidade de um mecanismo de recapitalização direta dos bancos em dificuldades e sobre um mecanismo rápido para lidar com a dívida, ou seja, os eurobônus.

Em resposta à posição alemã de exigir que os países do euro cedam soberania em favor das instâncias europeias antes de solicitar eurobônus ou uma gestão europeia da união bancária, o ministro de Assuntos Europeus francês, Bernard Cazeneuve, respondeu que "a integração política não pode ser a condição prévia às medidas de recuperação".

Cazeneuve, em entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal "Le Monde", resumiu a postura francesa indicando que as receitas à crise devem ser adotadas imediatamente.

O jantar de trabalho dos ministros de Finanças esteve rodeado de certo secretismo, ilustrado na recusa dos organizadores em anunciar o lugar onde se realizava. Em princípio, não haveria nenhuma entrevista coletiva ou comunicado ao término da reunião.

Trata-se de uma forma de não suscitar expectativas que possam gerar novas decepções, mas também de dar mais tempo aos trabalhos preparatórios, sobretudo levando em conta que Paris será de novo nesta quarta-feira o palco de um encontro na cúpula entre o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, justo na véspera do Conselho Europeu. EFE

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