Paris, 13 jun (EFE).- O Governo francês anunciou nesta quarta-feira em seu Conselho de Ministros que o salário máximo dos dirigentes das empresas públicas não excederá os 450 mil euro anuais, uma medida que segue a "exemplaridade" na vida pública.
Na saída do Palácio do Eliseu, o ministro da Economia, Pierre Moscovici, detalhou que até o final de julho será elaborado um decreto sobre esta disposição, que estabelece que as companhias onde o Estado aparece como acionista majoritário siga essa medida anunciada.
Nas empresas onde a participação estatal é minoritária, os representantes governamentais serão encarregados de propor esse mesmo limite, já que as questões das remunerações são tratadas nos conselhos de administração.
Segundo Moscovici, o teto salarial de 450 mil euros é uma quantidade suficiente para não resultar uma "dissuasória" na hora de atrair os diretores para as entidades públicas. Mas, ao mesmo tempo, a medida "impõe" um "bom senso" no seio dessas empresas.
O ministro da Economia também insistiu na necessidade dos dirigentes das empresas públicas seguir a "exemplaridade", já "que estão a serviço da sociedade. De acordo com Moscovici, após esta primeira decisão, outras medidas adicionais deverão abordar as "stock options" e as gratificações.
Esta mesma medida prevê que todos os dirigentes tenham um salário limitado a uma margem 20 vezes superior à remuneração mais baixa, que, segundo adiantou hoje o jornal "Le Figaro", não será calculada companhia por companhia. Esse cálculo deverá abordar a média entre as 15 empresas onde o Estado é acionista majoritário.
O Governo francês já tinha anunciado sua oposição aos excessivos salários dos diretores ao advertir que não aprovaria a indenização de 400 mil euros que deveria ser paga a Pierre-Henri Gourgeon, o ex-diretor-geral da Air France-KLM, por considerá-la excessiva.
Na ocasião, o Ministério da Economia afirmou que esperava "um comportamento exemplar em matéria de remuneração dos dirigentes", acrescentando que em breve iria definir novas regras "conforme os compromissos" assumidos pelo atual chefe do Estado, François Hollande. EFE