Nicósia, 19 mar (EFE).- O Parlamento cipriota rejeitou nesta terça-feira por grande maioria o imposto sobre os depósitos privados proposto pelo Eurogrupo, apesar do governo ter apresentado uma versão suavizada que deixava isentas as poupanças inferiores a 20 mil euros.
Todos os partidos votaram contra a minuta de lei, com exceção do governamental DISY, que se absteve. Concretamente, dos 56 parlamentares, 36 votaram contra e apenas os 19 do partido conservador se abstiveram.
Os discursos no debate prévio estiveram todos marcados por um tom de dura crítica às decisões do Eurogrupo. O presidente do Parlamento, Yannakis Omirú, por exemplo, falou de um "assalto à propriedade privada, contra toda noção do Direito".
Omirú afirmou que os sócios europeus se pronunciaram a favor que o Chipre volte "a ser um país de soberania limitada, um estado neocolonialista".
O presidente do Parlamento e membro do partido social-democrata EDEK pediu apoio ao presidente, Nikos Anastasiadis, em "todo esforço para renegociar a decisão".
Foi o próprio Anastasiadis que, em comunicado publicado enquanto se realizava o debate, anunciou sua intenção de "continuar lutando para que as decisões do Eurogrupo sejam modificadas".
Para amanhã o presidente convocou os líderes dos grupos parlamentares a fim de estudar a situação derivada da rejeição e buscar alternativas. EFE