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Fatores globais pesam contra a Bolívia em negociações de contratos de gás

Publicado 04.12.2017, 18:59
Atualizado 04.12.2017, 19:00
© Reuters.  Fatores globais pesam contra a Bolívia em negociações de contratos de gás
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Por Marianna Parraga e Alexandra Alper

SANTA CRUZ (Reuters) - O declínio das reservas de gás natural da Bolívia, o aumento dos suprimentos globais e os termos de venda mais flexíveis no mercado internacional trabalham contra o principal exportador de gás da América do Sul, enquanto o país negocia contratos com o Brasil e a Argentina, seus dois maiores clientes.

O gás envolvido nessas negociações é uma das principais fontes de receita de exportação da Bolívia, e o sucesso dos acordos testa a capacidade do país de manter seu papel como o maior fornecedor de gás da região.

Brasil e Argentina entram nas discussões com mãos mais fortes: ambos estão tomando medidas para o desenvolvimento de suprimentos domésticos que, eventualmente, poderiam torná-los concorrentes.

O surgimento de um mercado global de gás natural liquefeito (GNL), com preços cada vez mais vinculados a hubs de gás e ao aumento de vendas dos Estados Unidos, está influenciando essas negociações, de acordo com analistas e funcionários bolivianos.

"A idade de ouro dos preços altos e de nenhuma competição já está terminada", disse Álvaro Rios, ex-ministro do petróleo boliviano e agora sócio da consultoria Gas Energy Latin America. "Haverá uma dura negociação de preços e condições de entrega."

A Bolívia deve continuar a ser um importante fornecedor de gás para ambos os países, mas Rios acredita que os novos negócios acabarão com menores volumes e preços ligados aos índices internacionais de gás. A Bolívia também está enfrentando pressão para reduzir taxas e custos de transporte nas vendas, disse ele.

FUTUROS CONCORRENTES

O Brasil, cujo contrato com a Bolívia termina em 2019, disse no início deste ano que queria comprar menos para incentivar a produção doméstica de gás, que tem crescido de forma importante com o avanço da produção do pré-sal. A Argentina também atraiu empresas estrangeiras, incluindo a Exxon Mobil (NYSE:XOM), para desenvolver suas reservas em Vaca Muerta.

Ambos estão desenvolvendo reservas em águas profundas ou campos de gás não convencional, em parte para diminuir a dependência de um fornecedor cujas reservas caíram 57 por cento na última década.

A produção de gás da Bolívia, que cresceu até 2014 mas caiu ligeiramente para 19,7 bilhões de metros cúbicos no ano passado, deverá diminuir pelo menos até 2020, de acordo com analistas. O número de plataformas de perfuração ativas diminuiu para quatro em outubro, em comparação com 10 no mesmo mês de 2013, de acordo com os dados de contagem de plataformas da Baker Hughes.

"(O papel da Bolívia) no Cone Sul é desafiado por três componentes: gás associado ao pré-sal no Brasil, 'shale gas" em Vaca Muerta na Argentina e GNL", disse o analista da Wood Mackenzie, Mauro Chavez.

O primeiro teste que a Bolívia enfrenta é com o Brasil. A estatal boliviana YPFB começou a renegociar um contrato que prevê o fornecimento de até 30,1 milhões de metros cúbicos por dia à Petrobras (SA:PETR4), que já tem importado um volume muito menor que o previsto.

O declínio das compras forçaram a YPFB a realizar negociações com cerca de seis empresas estatais e privadas no Brasil, no lugar de renegociar apenas com a estatal brasileira.

Quaisquer mudanças que aparecerem no acordo de abastecimento do Brasil, disseram funcionários do governo e analistas, provavelmente surgirão em negociações com a Argentina. Seu contrato de até 20 milhões de metros cúbicos por dia expira em 2026, mas a estatal Enarsa tem tentado obter termos de compra mais flexíveis, o que pode levar a uma renegociação precoce.

A Bolívia precisa de investimentos estrangeiros para reverter o declínio da reserva que agora está afetando sua capacidade de renovar contratos de fornecimento de longo prazo. No mês passado, revelou acordos com Repsol (MC:REP), Petrobras, a Shell e Pan American Energy, que injetariam cerca de 1,6 bilhão de dólares na exploração e produção de gás natural.

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