Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) destituiu de seus cargos pelo menos quatro supervisores que trabalham em unidades no Norte do Brasil, após eles terem votado contra a terceira proposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), afirmou à Reuters o secretário-geral da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Adaedson Costa.
As destituições teriam ocorrido na unidade de Urucu (AM), onde a Petrobras produz petróleo e gás no Estado do Amazonas, segundo o representante da FNP, que reúne cinco sindicatos de petroleiros.
Procurada mais cedo, a Petrobras não comentou o assunto.
Costa, da FNP, afirmou que a empresa tem convocado funcionários com cargos comissionados para participar das assembleias e votar a favor da empresa, segundo relatos de trabalhadores aos sindicatos.
"Há um claro objetivo de assédio moral coletivo de quererem impor que os funcionários votem a favor da empresa, o que é um absurdo, se tratando de uma democracia", afirmou Costa, em uma conversa pelo telefone.
Tanto a FNP quanto a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 13 sindicatos de petroleiros, vêm reprovando as propostas de acordo coletivo feitas pela empresa.
As federações consideram que a terceira proposta da Petrobras manteve "uma série de cortes de direitos, além de prever reajuste salarial abaixo da inflação", segundo uma nota publicada no site da FUP.
Costa afirmou que, diante do acontecido, a FNP deve se reunir para suspender as assembleias.
"Não é razoável que um trabalhador que vá para uma assembleia seja intimidado a votar em uma proposta que ele é contra", afirmou.