Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O processamento de petróleo do pré-sal brasileiro em refinarias da Petrobras (SA:PETR4) alcançou a marca de 1,186 milhão de barris por dia entre janeiro e abril deste ano, alta de 30% ante a média registrada em todo o ano passado, de 910 mil barris diários, segundo informações da companhia nesta quarta-feira.
O crescimento ocorre como parte dos esforços da petroleira para aumentar "de forma sustentável" em suas atividades de refino a parcela utilizada do óleo do pré-sal, que permite maior produção de derivados de maior valor agregado quando comparada a commodity extraída do pós-sal.
O volume processado de óleo do pré-sal nos primeiros quatro meses do ano representou 55% do total refinado pela Petrobras, contra 54% em 2020. Há cinco anos, em 2016, a empresa processava 467 mil barris por dia de pré-sal, ou cerca de 27% do total refinado.
"A Petrobras está aumentando de forma sustentável a parcela de petróleo do pré-sal utilizado nas suas refinarias, em consonância com as demandas e oportunidades do mercado nacional e internacional", ressaltou a companhia em um comunicado.
"Os petróleos do pré-sal apresentam um alto rendimento de derivados médios, ou seja, a partir de um mesmo volume de petróleo do pré-sal, quando comparado a um petróleo do pós-sal, é possível produzir mais QAv (Querosene de Aviação) e diesel, derivados de maior valor agregado."
Outro aspecto positivo do pré-sal, segundo a companhia, é a alta parafinicidade, característica química que faz com que o diesel produzido tenha qualidade superior.
Os petróleos do pré-sal têm ainda teor de enxofre mais baixo, contribuindo para uma atividade de refino mais sustentável e para a produção de derivados menos poluentes a menores custos quando comparados ao óleo de outros campos.
A petroleira ponderou, no entanto, que a decisão entre refinar mais petróleo ou exportar, e qual petróleo utilizar nas unidades da companhia, considera diversas variáveis, como disponibilidade dos ativos, as características de cada óleo, seu preço e o preço dos derivados no mercado nacional e internacional.
"A escolha é feita buscando o melhor resultado econômico para a Petrobras", frisou a empresa.
O pré-sal vem sendo foco importante da estratégia da Petrobras, que colocou à venda nos últimos anos grande quantidade de ativos considerados menos essenciais, para aportar mais recursos na importância província petrolífera.
No plano de desinvestimentos, a companhia planeja também a venda de metade de seu parque de refino, para ficar apenas com as refinarias no Rio de Janeiro e de São Paulo, localizadas mais próximas ao pré-sal e dos maiores centros consumidores.
(Por Marta Nogueira)