Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) elevou o preço médio da gasolina nas refinarias em aproximadamente 4% nesta quarta-feira, na segunda alta em pouco mais de uma semana, informou a petrolífera, em meio à valorização do dólar e a um avanço do valor do combustível no mercado internacional.
Com a alta, a gasolina atingiu cerca de 1,92 real por litro, uma máxima desde o fim de maio, quando chegou a aproximadamente 1,95 real por litro, segundo dados da estatal compilados pela Reuters. O diesel, em contrapartida, foi mantido estável.
Em 19 de novembro, a companhia já havia elevado o preço médio da gasolina em 2,8%, após ter ficado mais de 50 dias sem ajustar o combustível.
"O principal fator de impacto para esse aumento de preço é o câmbio", afirmou o chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva.
O dólar disparou durante a sessão na véspera para até 4,28 reais, antes de fechar a um recorde de 4,2398 reais na venda, depois de declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando que o dólar alto veio para ficar.
Silva ponderou, no entanto, que a gasolina também está em alta no mercado internacional, influenciando os preços da petroleira estatal.
"É até um período do ano que a gente poderia ver o mercado de gasolina (internacional) cedendo um pouco, mas isso não está acontecendo. O consumo americano ainda está bem forte."
No mercado internacional, a gasolina teve alta de 6,3%, no acumulado desde o último reajuste da Petrobras até a véspera.
"Sem dúvida o câmbio tem forte influência, mas... o preço da gasolina, e também do diesel, estão subindo no mercado internacional", afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.
O repasse de ajustes de valores nas refinarias aos consumidores finais nos postos depende de diversos fatores, como margens de revendedoras e distribuidoras, misturas de biocombustíveis e impostos.