Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) elevará o preço médio da gasolina em suas refinarias em 5,6 por cento a partir de sexta-feira, para 1,9354 real por litro, maior valor desde 30 de outubro de 2018, enquanto manteve o do diesel, conforme dados publicados pela petroleira em seu site nesta quinta-feira.
O reajuste foi feito após a companhia ter mantido o valor estável da gasolina desde 19 de março, na maior série sem alteração de preço desde que a empresa anunciou em setembro uma política de hedge que permite manutenções de valores nas refinarias por um período de 15 dias sem que haja eventualmente perdas.
Com o reajuste a ser aplicado na sexta-feira, a alta da gasolina nas refinarias da Petrobras é de 28,3 por cento no acumulado do ano, segundo dados da estatal.
A política de hedge da Petrobras busca evitar perdas em um período em que os preços internacionais do petróleo passam por fortes oscilações, sem necessariamente repassá-las aos clientes --o Brent vem subindo neste ano e atingiu nesta quinta-feira 70 dólares o barril, maior valor desde novembro.
A Petrobras tem informado que sua política de preços busca a paridade de importação, tendo como referência indicadores internacionais como câmbio e petróleo, em busca de rentabilidade.
Desde 19 de março, dólar subiu quase 2 por cento, fechando nesta quinta-feira a 3,8575 reais na venda, após ter tocado 4 reais na semana passada.
No caso do diesel, a empresa definiu na semana passada que o preço médio seria alterado em intervalos não inferiores a 15 dias.
O anúncio foi feito após o preço do diesel nas refinarias ter tocado em meados de março o maior nível desde setembro de 2018.
Atualmente, o diesel é vendido a um preço médio de 2,1432 reais por litro, o mesmo valor desde 22 de março.
O repasse dos preços dos combustíveis da Petrobras para a bomba depende de diversos fatores, como margens da distribuição e revenda, impostos e misturas de biocombustíveis.
Nos primeiros três meses do ano, o preço médio da gasolina nos postos subiu 0,4 por cento, segundo dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), enquanto nas refinarias foi registrado avanço de 21,5 por cento.
Já o diesel teve alta de 18,5 por cento nas refinarias, contra 3 por cento nos postos.
(Com reportagem adicional de José Roberto Gomes)