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Petrobras eleva previsão de investimento em plano estratégico para US$102 bi

Publicado 23.11.2023, 18:42
© Reuters. Imagen de archivo del logo de la petrolera estatal Petrobras en su sede en Río de Janeiro, Brasil. 16 octubre 2019. REUTERS/Sergio Moraes
PETR4
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Por Marta Nogueira e Roberto Samora

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) prevê investir 102 bilhões de dólares entre 2024 e 2028, alta de 31% em relação ao previsto no plano quinquenal anterior, além de projetar um aumento de mais de 13% na produção de petróleo em cinco anos, anunciou a petroleira nesta quinta-feira.

Ao publicar seu primeiro Plano Estratégico sob o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras afirmou que 91 bilhões de dólares se referem a projetos em implantação, enquanto 11 bilhões de dólares consideram projetos ainda em avaliação, sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução.

No plano anterior (2023-2027), quando a empresa ainda estava focada em desinvestimentos, o total projetado para investimentos foi de 78 bilhões de dólares.

"O aumento do Capex está associado principalmente a novos projetos, incluindo potenciais aquisições; a ativos que estavam em desinvestimentos e voltaram para a carteira de investimentos da companhia; e à inflação de custos, que impactou toda a cadeia de suprimentos", disse a petroleira, em fato relevante ao mercado.

A Petrobras destinará até 11,5 bilhões de dólares para projetos de baixo carbono nos próximos cinco anos, ou 11% do investimento total da companhia, considerando os investimentos transversais nos diversos segmentos de negócio. A previsão para baixo carbono representa avanço ante o plano anterior de 2023-2027, que previa 4,4 bilhões de dólares.

Ao longo do período de cinco anos, o maior investimento anual está previsto para 2025, de 21 bilhões de dólares, alta de 13,5% versus 2024. Para 2026 estão previstos 19,1 bilhões, mantendo um declínio em 2027 (17,1 bilhões de dólares) e 2028 (15,2 bilhões de dólares).

Do valor previsto, cerca de 72% serão aportados na área de exploração e produção (E&P), que mantém seu protagonismo ainda que a administração da companhia esteja buscando caminhos para a diversificação do seu portfólio, uma das importantes bandeiras levantadas pelo PT para a Petrobras desde as eleições.

A área de Refino, Transporte e Comercialização, por sua vez, representa 16% do novo orçamento total, enquanto Gás e Energia (G&E) e Baixo Carbono tem 9%, e o Corporativo, 3%.

A aprovação do plano pelo conselho de administração ocorreu nesta quinta-feira após o CEO da petroleira, Jean Paul Prates, ter sofrido pressões de Lula e de integrantes do governo por mudanças na reta final da elaboração do documento.

Segundo fontes ouvidas pela Reuters, Lula pediu ao CEO em reuniões para priorizar projetos com geração de emprego e renda, incluir mais encomendas para a indústria naval e antecipar prazos para a entrega de grandes projetos.

Sob as gestões anteriores do governo de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, a Petrobras realizou desinvestimentos multibilionários, enquanto focava em exploração e produção de petróleo em campos de alta rentabilidade.

"O segmento de E&P mantém sua relevância para a companhia com o foco estratégico em ativos rentáveis e investimentos compatíveis com uma visão de longo prazo alinhada à transição energética", disse a empresa nesta quinta-feira.

"Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização em águas profundas (REVIT), além de projetos complementares, a fim de aumentar os fatores de recuperação em campos maduros."

Do montante para E&P, a petroleira prevê 3,1 bilhões de dólares para exploração na Margem Equatorial (BVMF:EQTL3), 3,1 bilhões para a exploração nas Bacias do Sudeste e 1,3 bilhão para outros países. Está incluída neste investimento ainda a perfuração de cerca de 50 poços em áreas onde a companhia possui direito de exploração em blocos adquiridos.

PRODUÇÃO

Com o plano de negócios, a Petrobras projeta elevar a produção de petróleo e gás para 3,2 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) em 2028, alta de mais de 14% ante os 2,8 milhões boed projetados para 2024.

Considerando apenas petróleo, a produção aumentaria 13,6% em 2028, para 2,5 milhões de barris ao dia (bpd), contra 2,2 milhões bpd previstos para 2024.

A companhia ressaltou que as projeções de produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural para 2024 foram acrescidas em aproximadamente 100 mil bpd/boed, na comparação com o plano anterior, "considerando o bom desempenho dos campos, as previsões de ramp-ups e entrada de novos poços".

Nos anos de 2025 e 2026, a produção de óleo, produção total e comercial de óleo e gás natural encontram-se inferiores ao projetado no plano anterior em cerca de 100 mil bpd/boed.

"Esta diferença deve-se principalmente às condições atuais de mercado oriundas do contexto global, onde alguns sistemas de produção e projetos complementares de águas profundas tiveram seus cronogramas impactados", disse a companhia.

"Essas flutuações fazem parte da dinâmica da indústria, e estão dentro da faixa de incerteza divulgada no último plano", acrescentou.

A companhia tem uma margem 4% para mais ou para menos em suas estimativas de produção.

Na área de refino, o plano prevê aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil bpd e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, Revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB.

Em biorrefino, a companhia prevê investimentos de 1,5 bilhão de dólares.

FINANCIABILIDADE

Dentre as principais premissas para a financiabilidade do plano, a Petrobras considera um petróleo Brent a 80 dólares o barril em 2024, caindo nos anos seguintes para 78 dólares em 2025, 75 dólares em 2026, 73 dólares em 2027 e 70 dólares em 2028.

© Reuters. Imagen de archivo del logo de la petrolera estatal Petrobras en su sede en Río de Janeiro, Brasil. 16 octubre 2019. REUTERS/Sergio Moraes

Já a cotação do dólar, para financiabilidade do plano, foi prevista em 5,05 reais no ano que vem, ficando praticamente estável nos anos seguintes, com queda para 4,98 reais em 2027 e 4,90 reais em 2028.

A Petrobras reiterou o caixa de referência de 8 bilhões de dólares, dívida bruta inferior a 65 bilhões de dólares, com dívida financeira inferior à de leasings e dividendos conforme política vigente.

(Por Marta Nogueira e Roberto Samora)

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