RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) iniciou a produção na plataforma P-69, a oitava a entrar em operação no campo de Lula, o maior produtor de petróleo do Brasil, informou nesta quarta-feira a petroleira estatal, que vem apresentando queda mensal na produção desde abril.
A nova unidade, instalada na área de Lula Extremo Sul, está a aproximadamente 290 quilômetros da costa do Estado do Rio e tem capacidade para processar diariamente até 150 mil barris de óleo e comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de gás.
Conforme a Petrobras, a P-69 irá produzir por meio de oito poços produtores, tendo também sete poços injetores.
Descoberto em 2006 e com início da produção em 2010, Lula atualmente é responsável por 30 por cento da produção nacional, segundo a Petrobras.
Em setembro, a Reuters publicou que o pico da produção do campo, acima dos 1 milhão de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), será alcançado entre 2020 e 2021, segundo executivo da anglo-holandesa Shell, parceira da Petrobras no ativo.
O campo de Lula está localizado na concessão BM-S-11 operada pela Petrobras (65 por cento), em parceria com a Shell Brasil (25 por cento) e a Petrogal Brasil (10 por cento), da Galp .
Com Lula, a Shell vem expandindo sua atuação no país, onde já é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil e principal parceira da Petrobras nos campos produtores do pré-sal.
Em nota, o diretor de Upstream da Shell, Andy Brown, afirmou nesta quarta-feira que os campos do pré-sal brasileiro “são algumas das melhores províncias de águas profundas do mundo” e que os custos de extração em águas profundas no país estão abaixo dos 40 dólares por barril.
“Cumprimentamos a Petrobras neste marco de produção e esperamos avançar com os planos de desenvolvimento adicionais com nossos parceiros do consórcio, bem como com nossos recém-adquiridos blocos de águas profundas no Brasil”, disse Brown.
AVANÇO DA PRODUÇÃO
A P-69 foi a terceira operada pela Petrobras a entrar em operação neste ano no Brasil, das sete previstas pela empresa em seu plano de negócios 2018-2022, que poderá sofrer atrasos.
A unidade é também parte do plano da companhia para elevar a produção de petróleo de 8 a 10 por cento, para cerca de 2,3 milhões de barris por dia (bpd), em 2019, disse à Reuters um executivo da empresa em setembro.
A operação da plataforma também pode ajudar a sustentar a produção da estatal neste ano, uma vez que a empresa vem registrando quedas nos últimos meses em meio a paradas programadas para manutenção.
No primeiro semestre, a empresa iniciou a operação das plataformas Cidade de Campos dos Goytacazes, no campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos, e da P-74, no campo de Búzios, na Bacia de Santos.
Além das três novas plataformas, outras quatro unidades estavam previstas pela Petrobras para entrar em operação, no segundo semestre, no Brasil, em seu plano de negócios.
No entanto, a Petrobras já informou anteriormente que a empresa deverá postergar pelo menos a entrada em operação da plataforma P-68, do campo de Berbigão, para 2019.