Investing.com - Após fechar com forte valorização na sessão de ontem, praticamente recuperando as perdas de segunda-feira, as ações da Petrobras voltam a registrar expressiva queda nesta quarta-feira, liderando a ponta negativa do Ibovespa. Os papéis PN (SA:PETR4) perdem 2,85% a R$ 18,75, enquanto os ON (SA:PETR3) caem 2,34% a R$ 21,72.
O mercado reage com preocupação à fala do presidente Michel Temer, na noite de ontem, de que pode reexaminar a política de preços da estatal. De declaração, de acordo com a Reuters, causou surpresa na cúpula da companhia. Segundo a fonte da agência, Temer nunca falou com a direção da empresa sobre o assunto.
Em entrevista à TV Brasil, Temer disse que "nós não queremos alterar a política da Petrobras", para depois afirmar: "Nós podemos reexaminá-la, mas com muito cuidado".
"Ninguém falou sobre isso... Posso garantir que nunca houve conversas nesse sentido", disse a fonte da empresa, na condição de anonimato.
O presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, falou na véspera em teleconferência com analistas e investidores que qualquer medida adotada pelo governo na área de combustíveis respeitará os conceitos da política de formação de cotações da petroleira.
A fala de Parente teve o objetivo de explicar aos investidores que os pilares da política de preços da Petrobras estão preservados, após decisão sobre o congelamento temporário dos preços do diesel por 60 dias e que, depois disso, até o fim do ano, os reajustes serão mensais.
Por conta da decisão tomada sobre o diesel, visando o fim da paralisação dos caminhoneiros, a Petrobras receberá uma subvenção do governo por eventuais perdas no período em que as cotações ficarem inalteradas.
A política de preços da Petrobras é uma questão fundamental para Pedro Parente, enquanto o mercado especula que uma eventual ingerência do governo na estatal poderia levar o executivo a deixar a companhia.
A Reuters pediu comentários da Petrobras, que não respondeu imediatamente.
Com Reuters.