RIO DE JANEIRO (Reuters) - É muito difícil que países não membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aceitem um possível pedido do cartel para reduzir a produção de petróleo, afirmou à Reuters uma fonte da Petrobras (SA:PETR4) nesta sexta-feira.
O Ministério de Energia do Azerbaidjão afirmou nesta sexta-feira que um encontro de países membros e não membros da Opep, incluindo Brasil e Rússia, ocorrerá em 12 de outubro em Istambul, segundo reportagem da agência russa de notícias RIA.[nE6N1C200H]
Questionado sobre a afirmação, o Ministério de Minas e Energia do Brasil respondeu que "desconhece reunião da Opep no dia 12 de outubro".
A Opep fechou acordo no fim de setembro para reduzir modestamente sua produção de petróleo para uma faixa entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia (bpd), com o objetivo de suportar preços no mercado global, no primeiro acerto do gênero desde 2008. [nL2N1C42BP]
Entretanto, o cartel busca apoio em outros países para evitar que alguns produtores tomem mercado daqueles que reduziram a produção.
"Acho muito difícil que um apelo como esse seja aceito por países que não são membros do grupo; até porque se um acordo dentro da Opep já é difícil, imagina um acordo fora da Opep. Muito difícil e não vejo muito sentido nisso", disse a fonte, que preferiu não se identificar.
Na avaliação da fonte, a Opep perdeu participação de mercado nos últimos anos, principalmente para países como Rússia e Estados Unidos, e com isso tem menos poder para influenciar decisões importantes como essa.
"Americanos e russos estão mais fortes. Principalmente, os Estados Unidos, pela produção de shale e pela facilidade que os caras têm para aumentar produção... a velocidade é impressionante", afirmou a fonte.
A produção de petróleo no Brasil subiu pelo quinto mês consecutivo em agosto, renovando um recorde mensal de extração pela terceira vez seguida, a 2,609 milhões de barris por dia (bpd), volume superior a muitos países da Opep.[nL2N1C6276]
No caso da Petrobras, a produção deverá cair no ano que vem ante 2016, informou a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes, em teleconferência em setembro, citando alguns atrasos de plataformas. [nE6N1B700Y]
(Por Rodrigo Viga Gaier; Reportagem adicional de Leonardo Goy, em Brasília; Texto de Marta Nogueira)