Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) negocia uma parceria para a conclusão das obras da primeira unidade de refino no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e uma novidade sobre a atração de um sócio para o empreendimento pode ser anunciada em até três meses, disse nesta quarta-feira o presidente da estatal, Pedro Parente.
A afirmação foi feita a jornalistas após conversas positivas com um possível investidor na semana passada, revelou o executivo.
Parente explicou que a atração de um parceiro para o empreendimento deverá incluir um projeto de modernização ou ampliação da área de refino do Estado do Rio de Janeiro como um todo. Projetos envolvendo petroquímica não estão em discussão.
O Comperj, cujas obras --hoje paralisadas-- estão no centro do escândalo de corrupção investigado pela Lava Jato, originalmente previa petroquímica.
O comentário de Parente vem pouco após uma comitiva do Ministério de Minas e Energia brasileiro participar de reuniões na China com CNPC, Petrochina e Sinopec no fim do mês passado com o objetivo de atrair investimentos na área de refino.
"Eu veria que, se num prazo de três meses não tiver novidades sobre esse assunto, seria algo que ficaria bem para frente", disse Parente, evitando dar mais detalhes ou prazos.
Ao ser questionado por jornalistas nesta quarta-feira, o presidente da Petrobras, evitou confirmar se a empresa chinesa se trata da CNPC: "Não vou desmentir, mas não vou te confirmar". Em outubro, Parente havia dito que a Petrobras estava negociando uma parceria com a chinesa CNPC para as obras da refinaria do Comperj.
PARCERIAS
Sobre a conclusão de um plano para a atração de parcerias para as refinarias já em operação, o executivo afirmou que está levando mais tempo do que o esperado inicialmente.
No passado, o executivo chegou a prever uma publicação ainda em 2017.
"O processo de parcerias em refino se mostrou mais complexo do que nós imaginávamos, tivemos amplas discussões internas que se prolongaram por mais tempo que imaginávamos", disse Parente.
Dentre as complexidades, Parente destacou que as refinarias não tem uma estrutura societária separada, pois são ativos dentro da holding Petrobras.
"Mas, continuamos avançando, o processo não parou e queremos vir a público proximamente com o nosso planejamento, mas está mantida a ideia de busca parcerias porque achamos que elas trazem excelentes resultados a Petrobras", afirmou.