Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A diretoria de Exploração & Produção (E&P) da Petrobras (SA:PETR4) têm obtido redução média de 13 por cento na renegociação de contratos com seus fornecedores, em um processo que começou ao fim de 2014 e não tem prazo para terminar, disse nesta quarta-feira a diretora da área Solange Guedes.
Em alguns casos particulares em "upstream" (cadeia de petróleo que antecede o refino), a renegociação chegou a reduzir em 20 por cento o valor de contratos, em momento em que a empresa busca reduzir custos para fazer frente à queda do preço do petróleo, segundo Solange.
A executiva, que falou com jornalistas após apresentar uma palestra na feira de tecnologia OTC Brasil, não entrou em detalhes sobre quais contratos já foram renegociados e quais os valores envolvidos.
Em meados deste mês, uma gerente da área de E&P disse que a empresa estudava propor menor taxa de retorno para fornecedores de sondas em troca de alguma extensão nos contratos.
De acordo com Solange, a Petrobras vai trabalhar junto com autoridades e com a indústria para "fazer acontecer a indústria de E&P no Brasil", diante do cenário de baixos preços do petróleo e das dificuldades enfrentadas pelo setor.
"A indústria como um todo está buscando alternativas, reestruturando seus custos, estão todos participando de processos de renegociação de contratos com a Petrobras", disse.
Solange afirmou que as renegociações de contratos são contínuas, não têm tempo para terminar. "É um processo onde iremos trabalhar de forma consistente e constante."
Para que a renegociação dos contratos tenha sucesso, Solange afirmou que são necessárias alternativas a serem colocadas à mesa para que todos saiam ganhando.
"Ninguém vai entrar em um processo de renegociação para perder", declarou, procurando não entrar em detalhes sobre as propostas feitas pela Petrobras aos fornecedores.
"É um grande processo de troca, de facilidades, de possibilidades, quem contrata coloca algumas possibilidades na mesa e quem está com a entrega para fazer coloca as suas dificuldades, e se chega a um bom termo", afirmou a executiva.
AVANÇOS DO PRÉ-SAL
Solange também explicou que a companhia conseguiu reduzir em 57 por cento o número de dias para perfurar e construir a infraestrutura para a produção de poços no pré-sal, de 2010 até os primeiros nove meses de 2015.
De janeiro a setembro deste ano, a Petrobras levou em média 78 dias para perfurar poços no pré-sal e 56 dias para realizar a instalação de equipamentos necessários para a produção.
Até 2010, a companhia levava em média 152 dias para perfurar poços e 158 para instalar os equipamentos.