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Petrobras (PETR4): O que esperar do novo plano estratégico?

Publicado 23.11.2023, 16:43
© Reuters.
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Investing.com – Investidores olharão de perto o novo plano estratégico da Petrobras (BVMF:PETR4) para o período 2024-2028, com previsão de apresentação até o final desta semana. O destaque será para os valores destinados a investimentos, que, se forem superiores ao esperado pelo mercado, podem indicar uma diminuição na distribuição de dividendos no futuro. A expectativa é de que o capex em cinco anos deve ser incrementado em relação ao valor atual, de US$78 bilhões, e pode superar até US$100 bilhões, conforme notícias recentes divulgadas na mídia. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que plano será divulgado nesta sexta, 24, após ser avaliado e aprovado pelo Conselho de Administração.

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Às vésperas da divulgação, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou, em nota, que “a maior empresa do país deve ter papel central na promoção do desenvolvimento, emprego e renda dos brasileiros, buscando a autossuficiência de derivados de petróleo a preço justo e sendo a propulsora da transição energética no Brasil - temas defendidos pelo governo Lula”. Por isso, avalia que o plano deve garantir investimentos de US$100 bilhões, financiados não somente pela geração de caixa operacional.

Visão dos analistas

O plano estratégico pode ultrapassar US$100 bilhões em investimentos para os próximos cinco anos, de acordo com notícias relatadas na mídia, mas a expectativa do BTG (BVMF:BPAC11) é de US$86 bilhões, excluindo fusões e aquisições.

Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco BTG afirmou que acredita que “o novo plano de investimento não impedirá a capacidade da empresa de distribuir substanciais dividendos no futuro, reforçando a sua convincente história de transição”.

Os analistas lembram que a estatal reduziu recentemente guidance investimento para 2023 de US$16 bilhões para US$13 bilhões, o que, em conversão para dividendos, renderia cerca de 1,5%, apontam. Para o ano que vem, o BTG espera investimentos de US$20 bilhões.

O banco disse estar otimista em relação às perspectivas da empresa e mantém recomendação de compra para os papéis, mesmo ao reconhecer que a projeção atual de investimentos nos próximos cinco anos “pode parecer baixa”.

“No geral, esperamos que a empresa gere mais caixa do que pode gastar, como tem acontecido nos últimos três anos”. O preço-alvo é de US$16 para as ADRs negociadas nos Estados Unidos.

A Genial Investimentos, também em relatório, disse que se o volume de investimentos for mesmo de US$100 bilhões, o montante tende “a pressionar o fluxo de caixa da empresa em termos relevantes pelos próximos dois anos e, consequentemente, o fluxo do pagamento de dividendos por esse período”. O cenário mais realista indicado pela Genial é de capex de US$85 bilhões, levando a uma estimativa rendimento de dividendos esperado de 10,5% para o ano que vem, considerando a atual política.

A Genial esperaria, com valor superior a US$100 bi, rendimento de dividendos abaixo dos 10%, o que avalia ser “pouco interessante para um case de commodities maduro e com uma crescente percepção de risco corporativo”.

Os analistas da Genial consideram que os dividendos serão menores daqui por diante. “Nossa afirmação é derivada da fórmula da política de investimentos. Se os investimentos aumentam, o volume disponível para dividendos deverá ser menor”. A Genial possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$38 para as ações preferenciais.

A Ativa Investimentos estima que o plano ronde entre US$85 e US$90 bilhões. “Em conversa com analistas ainda em agosto, o CFO da companhia comentou que possivelmente cerca de 10% deste valor (atual) seria adicionado ao novo plano em função da correção de valores, como inflação e aumento de custos de execução do setor”, recorda, ao apontar que se o plano ultrapassar US$100 bilhões, a visão de mercado será negativa. Com a criação de uma reserva estatutária, valores muito elevados podem levar a questionamentos de investidores sobre a alocação estratégica da empresa.

Segundo a Ativa Investimentos, o setor de petróleo vem convivendo com alta volatilidade, em um cenário de inflação global, o que torna a definição e execução do capex mais desafiadoras. Para a Ativa, quanto maior for a ambição do plano, também aumenta a possível frustração em relação a este.

“Neste sentido, Petrobras vem tendo dificuldades em executar integralmente o que se pressupôs a fazer nos últimos anos e a assunção de maiores valores ao plano de investimentos pode aumentar o questionamento dos investidores quanto à capacidade de execução dos valores pretendidos pela companhia”, detalha.

A Ativa conclui, assim, “que a dinâmica comercial, a política de dividendos e a alocação estratégica representam o tripé fundamental da tese de investimentos de Petrobras e após divulgar políticas de preços de derivados e dividendos que, embora representem um retrocesso frente ao que a companhia dispunha, possuem termos muito menos nocivos que o anteriormente esperado, o lançamento de um plano de investimentos muito agressivo pode desestabilizar este tripé e, por conseguinte, a confiança do mercado na tese”.

Contexto

Esse será o primeiro planejamento estratégico formulado pelo governo eleito nas eleições de 2022, com presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No contexto, ainda seguem as discordâncias entre Prates e o Ministério de Minas e Energia (MME) a respeito da política de repasses de preços dos combustíveis. Prates vem sendo pressionado para diminuir preços e ampliar os investimentos – o que reforça os receios dos investidores em relação à divulgação do plano. Enquanto isso, a agência Reuters e colunistas de jornais de grande circulação disseram que o governo começou a avaliar a substituição de Prates.

Durante o evento “A neoindustrialização e a transição energética brasileira”, realizado nesta semana, o CEO da estatal disse que a empresa "está correndo atrás da transição energética", mas ponderou que não deve deixar o foco na produção de petróleo e gás natural. Projetos de energia limpa ainda devem demorar, em sua visão. "Mesmo que a gente tivesse a lei das eólicas offshore aprovada agora, o primeiro projeto vai sair no mínimo em sete anos", destacou Prates, ao indicar ainda que a empresa deve entrar no mercado de hidrogênio verde.


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