Investing.com – Após notícias de que a Petrobras (BVMF:PETR4) descobriu petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, animando o mercado, o questionamento dos investidores no pregão desta quinta, 11, é se a fritura do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, poderia ter chegado ao fim – pelo menos por enquanto. Às 8h (de Brasília), as ADRs da Petrobras negociadas nos Estados Unidos subiam 0,62% no pré-mercado, a US$16,16. Ontem, os papéis preferenciais fecharam o pregão em alta de 2,22%, a R$39,59, enquanto os ordinários em ganhos de 3,02%, a R$41.
Fontes ouvidas pela Reuters na condição de sigilo afirmaram que Prates deve seguir no cargo, com diminuição da pressão por sua demissão. Em março, Prates sugeriu ao Conselho de Administração da estatal o pagamento de metade do montante de R$43,9 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas, enquanto o colegiado – com maioria do governo, optou por reter os valores e decidir sobre o assunto no futuro, o que levou a uma série de rebaixamentos dos papéis da Petrobras por analistas de grandes instituições financeiras. Com o presidente mantido no cargo, fonte ouvida pela Reuters afirma que os sinais são de que o Conselho pode aprovar essa proposta inicial de Prates. A assembleia de acionistas da Petrobras está marcada para dia 25 de abril e tende a discutir esse tema.
Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu "um pouco de paz" para a empresa ao tratar de eventual saída. Silveira tem sido um dos pivôs da crise, em meio a discordâncias públicas com o atual CEO sobre diversos temas, entre eles o de maior atenção dos investidores – a distribuição de dividendos extraordinários. Silveira desconversou sobre o tema e disse que a decisão sobre uma eventual mudança cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O mercado havia reagido mal a notícias que apontavam Aloizio Mercadante, ex-ministro da Casa Civil e atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como um dos possíveis substitutos no caso da demissão de Prates.
A Ativa Investimentos classifica a notícia de manutenção do CEO como positiva, pois considera que “o mandatário vem fazendo um trabalho equilibrando os interesses entre governo e acionistas e a sua manutenção significa que nomes mais heterodoxos, como o de Mercadante, não assumirão a cadeira, o que atrapalharia todo o planejamento iniciado por Prates em 2023”. A indicação da Ativa é neutra, com preço-alvo de R$36.
A Levante considera que os ruídos de sua saída vinham sendo negativos e o atual CEO é uma pessoa respeitada no mercado. “Quando ele foi escolhido, as ações não caíram, mas subiram. Uma possível mudança para uma pessoa que não seja do setor e que seja 100% alinhada ao Palácio do Planalto preocupa”, aponta o analista Flávio Conde. A Levante considera a empresa ótima, com excelente lucratividade, mas lamenta a interferência governamental. Assim, não possui recomendação oficial para a Petrobras.
O CEO da Smart House Investments, André Colares, afirma que os ruídos sobre uma possível troca trazem “insegurança para o mercado e uma troca pode trazer um desempenho negativo para ação”, adianta, indicando que os nomes sondados nãos seriam “profissionais de mercado que têm todo o gabarito técnico e experiência tanto em finanças quanto em desenvolvimento de ativo da cadeia petrolífera para tocar uma empresa desse tamanho dessa complexidade”. Colares alega que a Petrobras possui desconto no valuation, devido ao risco de ser uma estatal, mas não possui recomendação para a companhia.
Volnei Eyng, CEO da Multiplike, acredita que o efeito de uma eventual saída do atual CEO deve ser menor do que o esperado, se acontecer. “Nos últimos cinco anos, teve cinco presidentes, e não foram oscilações tão grandes. Infelizmente a companhia acaba sofrendo muita interferência política de muitos partidos, não é só agora do Lula, mas antes do Bolsonaro”, recorda. A expectativa da Multiplike é que as ações fiquem entre o mesmo patamar e uma leve queda. A recomendação da Multiplike para a ação é neutra, devido às maiores interferências do governo em relação a 2023.
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O InvestingPro avalia a saúde financeira como desempenho excelente, com nota quatro, de uma métrica que vai de um a cinco.
A média de 13 modelos compilados pelo InvestingPro indica um preço-justo de R$58,80, potencial de alta de 48%, com grau de incerteza médio. O alvo de 10 analistas é mais pessimista, em R$40,60.
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