SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta terça-feira o início do processo de venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, negócio que deve incluir todo o sistema de operações de refino, tanques com capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, terminal marítimo e estoques associados.
A venda da refinaria, alvo de uma série de denúncias de corrupção na gestão do governo anterior investigadas pela operação Lava Jato, deve incluir ainda um terreno localizado no canal marítimo de acesso a Houston, para oportunidades de expansão futura, disse a Petrobras em fato relevante.
As denúncias de corrupção envolvendo a refinaria, com capacidade de processamento de 110 mil barris por dia, atingiram a ex-presidente Dilma Rousseff, que na época da negociação era presidente do conselho de administração da Petrobras.
De acordo com Tribunal de Contas da União (TCU), o conselho da petroleira aprovou a compra da refinaria com base em critérios "antieconômicos" que causaram um prejuízo de 580 milhões de dólares à empresa.
Em 2014, quando questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, a então presidente Dilma afirmou que recebeu informações incompletas das diretorias da Petrobras responsáveis pela negociação, o que a induziu a aprovar o negócio.
Na época da compra de Pasadena, a presidente que sofreu impeachment era também ministra da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao todo, a Petrobras pagou cerca de 1,2 bilhão de dólares por Pasadena, em negócio que envolveu inicialmente 50 por cento do ativo, por 360 milhões de dólares, em 2005.
Após uma disputa em uma câmara de arbitragem com a sócia Astra Oil, a petroleira brasileira foi obrigada a desembolsar milhões de dólares adicionais pela outra metade do ativo.
Segundo comunicado da Petrobras nesta terça-feira, o negócio envolve a alienação da participação da Petrobras America nas empresas: Pasadena Refining System, PRSI Trading LLC e PRSI Real Property Holdings LLC.
(Por Roberto Samora)