Por Gram Slattery
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) reabriu a licitação para a venda de seu polo marítimo de petróleo Golfinho, disseram duas fontes à Reuters nesta semana, após um aumento dos preços do petróleo nos últimos meses.
Golfinho é um dos vários ativos de produção que a petroleira estatal colocou à venda para reduzir a dívida e concentrar seu foco em campos marítimos em águas ultraprofundas, com grande rentabilidade, essencialmente no pré-sal.
O novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, indicou que planeja seguir aspectos da estratégia atual de desinvestimentos da empresa, em seu discurso de posse, mas revelou pouco sobre seus próprios planos e sobre a possibilidade de mudanças.
Ainda assim, não há ainda relatos públicos sobre possíveis atrasos nas vendas de ativos.
A Petrobras informou na última sexta-feira que iniciou a fase vinculante para a venda da totalidade de suas participações na TBG, empresa que opera o gasoduto Bolívia-Brasil, e na TSB, que tem dutos no Rio Grande do Sul e projeto para futura conexão à Argentina.
Sobre Golfinho, a Petrobras já havia entrado em negociações bilaterais com a DBO Energy, uma empresa local de petróleo e gás apoiada pela alemã RWE AG (DE:RWEG).
Contudo, essas conversas não resultaram em um acordo final, e a Petrobras aceitará uma nova rodada de ofertas das partes interessadas no fim de maio, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir assuntos confidenciais.
A DBO provavelmente fará outra oferta e a norueguesa BW Energy também está no jogo, disseram as fontes. A Seacrest Capital, empresa de private equity com foco no setor, expressou interesse por Golfinho em rodadas anteriores, embora seu status na rodada mais recente não esteja claro, acrescentaram as fontes.
A Petrobras não quis comentar. DBO, BW e Seacrest não responderam a pedidos de comentários.
Na nova rodada de ofertas, a Petrobras está divulgando informações de produção de um poço perfurado em 2020, que não estavam disponíveis anteriormente, disseram as fontes.
O polo produzia 14.900 barris de óleo e condensado por dia, de acordo com os editais de licitação de 2020, embora a produção esteja em declínio.