SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (BVMF:PETR4) anunciou uma redução do preço médio do diesel em suas refinarias de 4,48% a partir de quinta-feira, com a companhia aproveitando um prêmio que havia no valor do seu combustível em relação às cotações externas, segundo um analista.
O preço passará de 4,02 reais para 3,84 reais por litro, uma redução de 0,18 por litro, de acordo com comunicado da Petrobras.
"Essa redução tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da Petrobras frente às principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino", disse a estatal.
Ao final do mês passado, a companhia já havia reduzido em 1,95% o preço do diesel nas refinarias. Naquela oportunidade, também cortou em quase 4% o valor da gasolina.
O comunicado da Petrobras desta quarta-feira não faz qualquer menção a ajuste para a gasolina, indicando estabilidade no valor médio.
A companhia disse também que a formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, "ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente".
Desde 28 de fevereiro, data do anúncio da última mudança nos preços da Petrobras, o valor de referência do petróleo caiu cerca de 10%. O Brent atingiu os menores níveis em cerca de 15 meses recentemente, em meio a preocupações com a crise bancária global.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Adriano Pires destacou que a "redução de 18 centavos segue a política de paridade de importação".
"O preço do petróleo está na casa de 75 dólares (o barril) e havia um prêmio (do valor da Petrobras na comparação com o exterior)", disse Pires, citando fator que permitiu a redução do diesel.
Na véspera, o preço do diesel na refinaria estava com um prêmio de 3,18% diante da referência internacional, indicou ele.
No caso da gasolina, ainda há uma defasagem na comparação com o exterior, comentou o analista, citando o fato de a companhia ter mantido a cotação desse combustível.
"Tem fatores como crise internacional, crise bancária para ver como vai ficar o barril e nossa taxa de câmbio. A boa notícia é que a Petrobras continua seguindo a paridade de importação", disse Pires.
O mercado tem indicado preocupações sobre a política de preços com a chegada de novos diretores, com a nova gestão. Até o momento, contudo, apenas o CEO Jean Paul Prates foi indicado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os demais executivos, ainda em seus cargos, foram apontados pela gestão anterior, enquanto aguardam-se mudanças nos nomes mais alinhados com Prates e o governo petista, que criticam a política de paridade de importação.
(Por Roberto Samora e Rodrigo Viga Gaier)