Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) reduzirá o preço médio da gasolina em suas refinarias em 12% e o do diesel em 7,5% a partir de quinta-feira, informou a petroleira à Reuters, em meio a um mergulho das cotações do petróleo e derivados por impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores.
Com os novos cortes, a queda acumulada de ambos os combustíveis da Petrobras --responsável por quase 100% da capacidade de refino do país-- somará cerca de 30% em 2020, de acordo com informações da petroleira estatal e cálculos da Reuters.
Os preços do petróleo Brent já caíram mais de 60% neste ano, sendo negociados nesta quarta-feira a cerca de 25 dólares o barril, com a redução da demanda devido ao coronavírus e uma pressão da Arábia Saudita para aumentar a produção após o colapso de um acordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados para conter a oferta.
No último ajuste, a petroleira estatal reduziu o preço da gasolina em 9,5% e o do diesel em 6,5%, em 13 de março.
O chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, pontuou que a janela de importação segue aberta, mesmo após o ajuste da petroleira.
"Segue a estratégia de suavizar os movimentos do mercado internacional, repassando aos poucos a queda, o que preserva a margem e evita novos reajustes no caso de uma retomada", afirmou o especialista.
Os cortes de preços da petroleira estatal refletem a política que segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.
O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
(Por Marta Nogueira)