RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) tem caixa suficiente para suportar aproximadamente dois anos e meio sem novas captações e espera que agências de classificação de risco elevem suas notas de crédito neste ano, afirmou nesta quarta-feira o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.
Diante de uma melhora no cenário financeiro da companhia, executivos da empresa acreditam ser possível atingir a meta de investimentos previstos para 2017, de cerca de 19 bilhões de dólares.
Se confirmado, o montante de investimentos significaria um aumento na comparação com os 14,5 bilhões de dólares estimados para 2016, segundo projeção divulgada em novembro pela empresa.
"A posição de caixa era de 22 bi de dólares (no início desta semana), isso é maior do que todos os vencimentos (de dívidas) em 2017 e 2018", disse Monteiro, destacando que haverá ainda entrada no caixa de montantes referentes a vendas de ativos já realizados e ainda previstos.
"A posição de caixa de hoje gera total tranquilidade para os próximos dois anos e meio aproximadamente", acrescentou ele, em entrevista a jornalistas.
Na última segunda-feira, a Petrobras lançou 4 bilhões de dólares em bônus, em uma operação que teve forte demanda e que permitiu redução das taxas oferecidas, o que indicou uma melhora na percepção sobre a empresa.
O executivo enfatizou ainda que as agências de rating tem uma "fotografia defasada" da empresa.
"Temos expectativa de que ocorra melhora de rating da Petrobras ao longo deste ano", afirmou Monteiro.
VENDA DE ATIVOS
Atualmente, a empresa está impedida de negociar ativos, com exceção de alguns poucos, por uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que questiona a sistemática de vendas da companhia.
Sobre isso, executivos da empresa se mostraram confiantes para encontrar uma solução, a partir da próxima semana, quando o tribunal retorna do recesso.
"Estamos prontos para essa discussão, trabalhamos nas últimas três semanas em todos os detalhes de aperfeiçoamentos que eles nos solicitam na sistemática (de venda de ativos) e vamos discutir de forma bastante construtiva, como tem sido com o TCU", afirmou Monteiro.
"A gente está com uma carteira (de ativos para parceria e desinvestimentos) hoje de aproximadamente 42 bilhões de dólares para fazer frente a essa meta de (desinvestimentos)... um biênio que seria de 21 bilhões de dólares (meta de venda de ativos)", afirmou Monteiro.
(Por Marta Nogueira)