RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços da gasolina e diesel nas refinarias da Petrobras (SA:PETR4) estão competitivos e alinhados com o mercado internacional após a redução anunciada na terça-feira, mas a empresa ainda trabalha com uma margem que pode permitir novas quedas no futuro, caso a conjuntura mostre a necessidade de um novo ajuste.
"Nossos preços são competitivos... existe uma margem vinculada ao preço do serviço ofertado ao mercado e isso preciso precificar, assim como o risco inerente às operações. Sempre vai ter uma margem e ela está adequada às condições de mercado do momento... a margem tem cobrir a operação", declarou nestaquarta-feira a jornalistas o diretor de Refino e Gás Natural daestatal, Jorge Celestino.
A declaração foi dada após a companhia reduzir os valores naterça-feira, diante de uma queda de sua participação de mercadoem meio a crescentes importações pelos concorrentes, na segunda redução de preços em menos de um mês, seguindo a nova política que prevê avaliações mais frequentes das condições de mercado para reajustes.
Mas dessa vez a empresa fez um corte mais profundo nos preços nas refinarias, de 10,4 por cento no valor do diesel (principal combustível vendido no país) e de 3,1 por cento na gasolina.
Isso para combater a perda de mercado por fortes importações de seus concorrentes. Em outubro, o país importou 1 milhão de metros cúbicos de diesel e 190 mil metros cúbicos de gasolina, ante importação de cerca de 250 mil metros cúbicos no início do ano, segundo Celestino.
"Obviamente entre essa e a última redução, os preços dos concorrentes estavam competitivos promovendo mais importação e venda de combustíveis por terceiros", acrescentou ele.
O diretor da petroleira explicou que, apesar dos dois cortes no preços dos derivados, a empresa ainda trabalha com uma margem frente aos preços internacionais levando-se em conta os custos dos serviços da companhia e os risco inerentes à operação.
"Não podemos revelar a margem porque é algo comercial da companhia, mas ela é adequada ao nível de remuneração da companhia", destacou o diretor.
O executivo comentou que em havendo novas quedas de preços do petróleo novas reduções nas cotações dos combustíveis podem ser esperadas.
“Sim (pode esperar queda). A nossa grande declaração é que vamos ter preços alinhados com o mercado internacional. Temos e teremos preços alinhados."
Na redução de preços em outubro, a queda no valor na refinaria não chegou às bombas, no caso da gasolina, uma vez que o valor do etanol misturado ao combustível fóssil está em alta.
A avaliação agora é de uma queda de 5 centavos no litro da gasolina e de 20 centavos no litro do diesel, se o reajuste for repassado integralmente.
"Isso depende de muitos fatores... e o mercado tem preços livres", avaliou Celestino.
A direção da Petrobras comunicou ao Conselho de Administração da companhia que iria reduzir novamente o preços dos combustíveis, segundo o executivo.
Ele garantiu ainda que os dois cortes no preços do diesel e da gasolina não vão afetar os resultados da empresa porque a decisão está "bem alinhada ao plano de negócios da companhia".
Na quinta-feira, a Petrobras divulga os resultados financeiros do terceiro trimestre.
(Por Rodrigo Viga Gaier)