Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, após um pregão bastante volátil. Os contratos da commodity caíram pela manhã, quando o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para que restaure sua oferta da commodity. Depois, chegaram a reduzir perdas com o enfraquecimento do dólar, mas voltaram a aprofundar a queda com um recuo menor do que o esperado nos estoques dos EUA. Ao fim da sessão, o petróleo registrou avanço, apoiado pela desvalorização da moeda americana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro avançou 1,40% (US$ 0,96), a US$ 69,25, enquanto o do Brent para o mês seguinte teve alta de 1,15% (US$ 0,81), a US$ 71,44, na Intercontinental Exchange (ICE).
No início do dia, os contratos futuros do petróleo davam continuidade ao avanço de terça-feira. Porém, passaram a cair com a informação de que o governo americano pediu para que a Opep+ restaure sua oferta da commodity aos níveis pré-pandemia mais rapidamente, dada a preocupação com os crescentes preços da gasolina.
Na avaliação da Capital Economics, o aumento na oferta global de petróleo irá empurrar os preços para baixo nos próximos dois anos. "É a maior produção da Opep+, não a dos EUA, que sustenta a queda nos preços impulsionada pela oferta que prevemos", afirma o analista Adam Hoyes.
Hoyes diz esperar que a atividade de perfuração e a produção de petróleo nos EUA aumentem ligeiramente no próximo ano, mas ainda duvidam que retornem aos níveis pré-pandêmicos em breve. Nos próximos meses, a suspeita é que os produtores tenham de escolher entre aumentar a atividade de perfuração ou permitir que a produção diminua. Isso porque os preços do petróleo continuaram subindo, enquanto a contagem de plataformas dos EUA aumentou apenas marginalmente.
Nesta quarta, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) informou que os estoques de petróleo caíram 448 mil barris na última semana, abaixo da expectativa de queda de 600 mil, feita por analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Após o dado, a commodity acentuou a queda.
A recuperação se deu ao longo do dia, no entanto, enquanto o dólar mostrou-se fraco ante moedas rivais após uma moderação do índice de preços ao consumidor dos EUA. O enfraquecimento da moeda americana tende a apoiar os preços de commodities por torná-las mais baratas aos detentores de outras moedas.
Para o analista do Commerzbank Carsten Fritsch, a produção de petróleo nos Estados Unidos deve se manter na atual faixa pelos próximos meses. "A produção da commodity no final de 2021 parece que dificilmente será mais alta do que agora, com um aumento perceptível previsto apenas para o decorrer do próximo ano. Em outras palavras, a produção de petróleo dos EUA não representa uma ameaça séria para a Opep+ no futuro previsível", afirma.