Os contratos do petróleo fecharam em queda no mercado futuro nesta segunda-feira, 9, à medida que um sentimento de cautela predomina nos mercados. Sem um acordo entre os Estados-membros, notícias sobre um afastamento pela União Europeia (UE) de um embargo ao petróleo russo também esteve no radar.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho caiu 6,09% (US$ 6,68), a US$ 103,09 o barril, enquanto o do Brent recuou 5,74% (US$ 6,45), a US$ 105,94, na Intercontinental Exchange (ICE).
Segundo reportagem do Financial Times, a UE desitiu de proibir sua indústria naval de transportar petróleo russo, mas ainda pretende proibir empresas europeias de ter navios-tanque que transportam a commodity. Hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajou à Hungria para debater um embargo ao petróleo russo com o premiê Viktor Orbán. Após o encontro, a líder europeia afirmou que "mais trabalho" será necessário para impôr as sanções. O governo húngaro é um dos que têm resistido às propostas de banir importações de petróleo russo.
Na análise do Eurasia Group, com a eliminação gradual das importações de petróleo russo e com a medida para que empresas europeias parem de lidar com embarques de combutível russo, as ações devem ser abrangentes "o suficiente" para interromper volumes "significativos" de fluxos de petróleo bruto e produtos refinados pela Rússia. "O maior risco de interrupções no fornecimento de combustível são os mercados emergentes, como a África Subsaariana e a América do Sul, que carecem de um setor de refinaria doméstico forte e que os deixa dependentes das importações de combustível", pontua a consultoria.
A Rystad Energy afirma que um embargo pelo bloco europeu provaria uma mudança "sísmica" nos mercados europeu e global de petróleo bruto, no que seria um corte de até 3 milhões de barris por dia (bpd) pela UE até dezembro deste ano. "A redução nas importações de petróleo provavelmente será atrasada, já que o aperto da oferta no terceiro trimestre do ano deve prejudicar a capacidade das refinarias da UE de fornecer barris de reposição suficientemente, à medida que as refinarias globalmente aceleram para o pico de demanda do verão em meio a produtos muito baixos ações".
Ainda, o Commerzbank ressalta que os preços de petróleo estão caindo rapidamente, à medida que os temores de destruição da demanda aumentam, "dada a situação da covid-19 da China e o evento de redução de risco que acontece com as ações dos Estados Unidos". Para o banco alemão, um embargo iminente pela UE parece improvável, com a objeção húngara. "Um dólar firme também tem puxado para baixo as commodities, especialmente os preços do petróleo."