SÃO PAULO (Reuters) - A Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (SA:PETR4), informou nesta quarta-feira que pediu para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigar eventuais irregularidades de administradores terceirizados dos Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) Enseada e Brasil Petróleo 1, que teriam causado impacto negativo nos investimentos.
No caso do FIP Enseada, a representação é contra a BEM Distribuidora de Títulos e a Bradesco (SA:BBDC4) Asset Management, responsáveis pelo fundo constituído para investir na marca Gradiente, de produtos eletrônicos. Ambas são controladas pelo Bradesco.
A Petros questiona possível conflito de interesse, uma vez que o Bradesco também era o principal credor da Gradiente e os recursos provenientes de sua recuperação extrajudicial seriam destinados à quitação das dívidas junto ao próprio banco.
O projeto de retorno da Gradiente ao mercado fracassou, resultando na perda total do investimento dos cotistas no FIP. Para a Petros, a perda foi de cerca de 17,5 milhões de reais.
No FIP Brasil Petróleo 1, criado em 2012 para investir no setor de óleo e gás, a notificação é contra a Caixa Econômica Federal, administradora do fundo, e os gestores Mare e Mantiq.
A Petros alega que os gestores decidiram investir os recursos do fundo na implantação de uma fábrica nos Estados Unidos, diferente da previsão original do investimento. O negócio "não obteve o desempenho esperado", provocando perda de 100,3 milhões de reais para o fundo, do qual a Petros detém 17,08 por cento de participação.
(Por Aluisio Alves)