Por Michael Martina e Anne Marie Roantree
PEQUIM/HONG KONG (Reuters) - A China reiterou nesta segunda-feira seu apoio à líder de Hong Kong, Carrie Lam, e à sua polícia e pediu ao povo de Hong Kong que rejeite a violência após mais um final de semana de confrontos entre manifestantes e policiais na cidade.
Hong Kong exibia as marcas do oitavo final de semana seguido de protestos violentos nesta segunda-feira – capacetes, guarda-chuvas e garrafas de água se espalhavam por algumas ruas do centro.
Grandes multidões foram às ruas para protestar contra um projeto de lei de extradição agora suspenso que permitiria que supostos criminosos de Hong Kong fossem enviados à China para serem julgados em tribunais controlados pelo Partido Comunista.
Houve ocasiões em que os protestos paralisaram partes do distrito financeiro, fecharam escritórios do governo e prejudicaram operações comerciais em toda a cidade. As autoridades alertaram para o impacto dos transtornos na economia de Hong Kong.
Pequim ficou ao lado de Carrie, e o Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau do governo chinês, que tem a autoridade de um gabinete sobre a ex-colônia britânica, reiterou esse endosso em uma coletiva de imprensa em Pequim.
"O governo central apoia com firmeza Carrie Lam na administração do governo de Hong Kong de acordo com a lei, apoia com firmeza a diretriz de Hong Kong de cumprimento estrito do Estado de Direito", disse Yang Guang, porta-voz do escritório, na coletiva.
"Valorizamos e nos solidarizamos especialmente com as forças policiais de Hong Kong e suas famílias pela pressão enorme que estão suportando".
O mais importante é Hong Kong lidar com os tumultos de acordo com a lei, disse Yang, culpando "pessoas irresponsáveis" no Ocidente por causarem problemas visando "conter o desenvolvimento da China".
Tais esforços fracassarão, afirmou.
A coletiva foi a primeira realizada pelo escritório especificamente para tratar das manifestações de Hong Kong, e em alguns momentos um moderador repreendeu jornalistas que gritaram perguntas, instruindo-os a não interromper.
Quando indagado sobre em que condições o Exército Popular de Libertação (PLA, na sigla em inglês) poderia intervir, Yang mencionou, como outras autoridades, a miniconstituição de Hong Kong, conhecida como Lei Básica, que afirma que o governo de Hong Kong pode pedir à guarnição do PLA na cidade para ajudar a manter a ordem.
Yang disse que o governo e a sociedade de Hong Kong precisam encontrar meios mais eficientes de ajudar os jovens a lidar com questões como moradia e emprego, entre outras, embora autoridades não tenham anunciado quaisquer medidas específicas para lidar com os conflitos.