LISBOA (Reuters) - A companhia aérea endividada portuguesa TAP terá que reduzir rotas e cortar postos de trabalho se a greve de pilotos com duração de dez dias atualmente em curso minar a privatização da empresa, disse o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, nesta quarta-feira.
Pilotos da companhia iniciaram a greve em 1o de maio, o que, segundo a TAP, reduziu os voos agendados em cerca de 30 por cento.
A greve vem pouco antes do prazo de 15 de maio para entrega de ofertas de compra de uma fatia majoritária no que é hoje uma companhia totalmente estatal. O governo disse que prosseguirá com a privatização apesar da greve.
"Se a privatização não der certo, sabemos hoje que a alternativa é: uma restruturação que só pode ser baseada em grandes demissões, reduções de rotas, reduções de equipamentos e por consequência uma diminuição da operação e de importância da empresa", disse Passos Coelho ao parlamento.
"Isto é, transformar a TAP em uma mini TAP, que não é o interesse de trabalhadores, a economia ou os portugueses", disse.
Por conta das regras de ajuda estatal da União Europeia, o governo não pode injetar capital na companhia aérea, que tem dívidas de cerca de 1 bilhão de euros.
(Por Sergio Goncalves)