Roma, 1 jun (EFE).- O técnico da seleção italiana, Cesare Prandelli, cogitou nesta sexta-feira a ausência da 'Azzurra' na Eurocopa, que começa no próximo dia 8 e será disputada na Polônia e na Ucrânia, caso isso ajude nas investigações do escândalo de apostas ilegais no país.
A dez dias da estreia no torneio continental, contra a Espanha, Prandelli reagiu depois da divulgação que o goleiro Gianluigi Buffon, capitão da Itália, está na mira dos investigadores por ter feito movimentações financeiras envolvendo valores que poderiam ter sido usados em apostas esportivas.
"Se dissessem que pelo bem do futebol a seleção italiana não tem que participar da Eurocopa, não seria um problema. Não gosto dessas cruzadas, prefiro o diálogo, e não essas tomadas de posição sem se pensar nas consequências", disse o técnico à televisão pública "Rai Sport" após o escândalo.
Prandelli reiterou que não disputarão a Euro aqueles jogadores envolvidos na investigação. No entanto, ele preferiu não falar especificamente do caso do zagueiro Leonardo Bonucci que está na lista de 23 jogadores para a competição e vem sendo investigado, assim como o lateral Domenico Criscito, que estava pré-convocado, mas não foi incluído na relação final.
Sobre Buffon, o treinador comentou que mesmo os atletas mais consagrados, o que é o caso do goleiro, estão sujeitos a problemas.
"Buffon é uma pessoa muito forte e que tem grande personalidade, mas qualquer pessoa pode sentir o peso de um momento difícil como este", considerou.
O escândalo das apostas está afetando a tranquilidade da seleção italiana devido às contínuas notícias sobre o suposto envolvimento de jogadores no caso.
Além disso, na última segunda-feira, a Polícia italiana foi até a sede da concentração da Itália, em Coverciano, pouco depois das 6h (local) para comunicar a Criscito, ex-jogador do Genoa e que agora defende o Zenit São Petersburgo, cujo nome estava presente no registro dos investigados.
Durante uma entrevista coletiva após os fatos, Prandelli disse que queria falar apenas de futebol e não dos que definiu como "40 ou 50 desgraçados". EFE