Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os preços de combustíveis da Petrobras (SA:PETR4) permanecem em linha com a paridade de importação, seguindo a lógica do mercado, o que traz garantia maior para potenciais interessados na compra de refinarias da petroleira estatal, afirmou nesta sexta-feira a diretora-executiva de Refino e Gás Natural, Anelise Lara.
Prova de que as regras de mercado estão sendo seguidas é o fato de que as compras externas de combustíveis por empresas concorrentes da Petrobras continuam "relevantes".
Atualmente, segundo a executiva, a petroleira é responsável apenas por cerca de 20% da importação total de gasolina pelo Brasil e de 35% do diesel.
"A gente mostra mais uma vez que nosso preço de paridade continua em linha com o mercado. A importação por terceiros continua acontecendo", disse Lara, ao participar de teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre.
A executiva explicou que o comportamento dos preços dos combustíveis da empresa tem dado garantia maior para potenciais compradores das refinarias que foram colocadas à venda pela empresa.
"A gente assinou acordos de confidencialidade com mais de 20 interessados, sabemos que as empresas estão se mobilizando para formar seus consórcios", disse Lara, frisando que no próximo mês a empresa poderá ter uma visão mais clara sobre o real apetite dos potenciais compradores.
Em novembro, a empresa receberá as propostas não vinculantes para a venda das refinarias Rnest, Relam, Repar e Refap. Ao mesmo tempo, a Petrobras já iniciou a fase de recebimento de ofertas não vinculantes para a venda das refinarias Regap, Reman, Lubnor e SIX.
A companhia tem planos de levantar bilhões de dólares com a venda dos ativos de refino.
Segundo ela, dentre os interessados, há grandes empresas de óleo e gás, distribuidoras, tradings e fundos de investimentos.
A Petrobras informou em apresentação nesta sexta-feira que sua participação no mercado de diesel brasileiro caiu para 82% no terceiro trimestre, ante 83% no período anterior e 92% no mesmo trimestre de 2018.
No mercado de gasolina, a participação de mercado da estatal caiu para 78% no último trimestre, ante 80% no segundo e 88% no mesmo período do ano passado.
Já o fator de utilização das refinarias aumentou para 80%, ante 76% no segundo trimestre e 78% no terceiro trimestre do ano passado.
Nesta semana, a reguladora ANP informou que refino de petróleo no Brasil, dominado pela Petrobras, acumulou no ano até o final de setembro 478,4 milhões de barris, uma alta de 0,8% em relação a igual período de 2018.
(Por Marta Nogueira)