Investing.com - As preocupações com a desaceleração econômica global se intensificaram nesta semana, mais especificamente na sexta-feira. A zona do euro teve a maior queda da atividade industrial em quase seis anos, com o PMI preliminar de indústria da região caindo para 47,6 de 49,3 em fevereiro, abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. O PMI do IHS Markit teve uma queda menor graças ao crescimento estável do setor de serviços, caindo de 51,3 para 51,9 em fevereiro, ante expectativa de 52.
O resultado derrubou as bolsas mundiais. Os índices europeus tiveram a pior semana do ano, enquanto os índices de Wall Street, somente na sexta-feira, caíram 1,77% no Dow Jones, 1,9% no S&P e 2,23% na Nasdaq. Contribuiu para o derretimento o PMI industrial dos EUA de 52,5, abaixo do consenso de 53,5 do mercado.
O Brexit voltou a ter nuvens carregadas no seu horizonte. Após o Parlamento concordar com adiamento de três meses na semana passada, segunda-feira o presidente do Parlamento afirmou que a primeira-ministra Theresa May não pode colocar o acordo acertado com a Comissão Europeia em votação pela terceira vez, jogando um balde de água-fria logo após May conseguir apoio de parlamentar linha-dura pró-Brexit. A Comissão Europeia ainda não definiu a data para a saída do Reino Unido do bloco, o que traz chance para uma retirada sem acordo na semana que vem. Entretanto, os dirigentes europeus discutiam uma saída em maio ou no fim do ano para não atrapalhar o andamento das eleições do Parlamento europeu em maio.
Em relação às negociações comerciais entre EUA e China, a cúpula entre Xi Jiping e Donald Trump, que antes estava programada para o fim de março, deve ficar para junho. Mas a imprensa informou na semana que um acordo está longe de ser firmado, pois os chineses teriam endurecido sua posição sobre propriedade intelectual, enquanto os EUA não se comprometem a retirar as tarifas mesmo com um acordo firmado. Já o presidente Trump disse durante a semana que as negociações estão progredindo e que o acordo deve provavelmente sair.
Por fim, a semana marcada por decisões de política monetária nos EUA e no Reino Unido. O Fed manteve a taxa de juros inalterada no intervalo 2,25%-2,5%, anunciou o fim do plano de redução do balanço patrimonial. Mas o mais importante da reunião de dois dos diretores do Fed foi a atualização do dot-plot e a sinalização de que não haverá aumento da taxa em 2019, diferentemente do anúncio da reunião de dezembro, com a projeção de dois aumentos neste ano.
O Banco da Inglaterra também manteve a taxa de juros em 0,75%, baseado em uma inflação de 1,9% em fevereiro, período que teve a maior alta em dois anos, mas abaixo da meta. A taxa de desemprego no Reino Unido, divulgada na terça-feira, está em 3,9%, nível mais baixo em 44 anos.