Por Joanna Plucinska e Thomas Seythal
BERLIM (Reuters) - David Calhoun, presidente-executivo demissionário da Boeing (NYSE:BA), disse à Reuters nesta terça-feira que a diretoria da fabricante de aviões decidirá seu sucessor e que ele apoiará a escolha.
Calhoun deve deixar o cargo até o final do ano, como parte de uma ampla mudança na administração provocada pela crise de segurança dos aviões da companhia.
O executivo apóia Stephanie Pope, chefe da divisão comercial da Boeing, enquanto os investidores, analistas e outros pediram um novo executivo de alto escalão com experiência em engenharia.
"O conselho está preparado para tomar suas decisões, eles têm tempo para poder tomá-las", disse Calhoun à Reuters à margem de uma conferência de aviação em Berlim, acrescentando que está empenhado em levar a empresa à recuperação.
Mais tarde no palco, Calhoun disse que apoiaria quem quer que fosse escolhido para a função.
"Isso já foi pensado. Tudo bem, chegaremos a uma conclusão. Será uma ótima conclusão, e eu serei o jogador que mais apoiará nesse campo", disse ele.
Calhoun é membro do conselho da Boeing desde 2009 e foi nomeado presidente-executivo em 2020 para ajudar a mudar a fabricante de aviões dos EUA após duas quedas de aeronaves modelo MAX que mataram centenas de pessoas.
No entanto, desde então Boeing perdeu participação de mercado para a concorrente Airbus (EPA:AIR) e o preço de suas ações caiu quase 32% este ano, já que a produção do MAX despencou.
Calhoun reiterou o compromisso da fabricante de aviões com a segurança e a transparência, especialmente na esteira do incidente da Alaska Airlines (NYSE:ALK) no início deste ano, enfatizando que a Boeing é agora uma empresa "diferente".
"O mais importante é que queremos estar em sintonia com a frota e ser transparentes sobre isso", disse Calhoun.