🥇 Primeira regra do investimento? Saiba economizar! Até 55% de desconto no InvestingPro antes da BLACK FRIDAYGARANTA JÁ SUA OFERTA

Presidente do Itaú vê impacto limitado da turbulência externa

Publicado 07.02.2018, 07:52
Presidente do Itaú vê impacto limitado da turbulência externa, mas ela pode preocupar Copom
DJI
-
USD/BRL
-
ITUB4
-

Arena do Pavini - A turbulência dos mercados internacionais iniciada na semana passada e que se agravou ontem, com fortes quedas nas bolsas americanas e alta do dólar no Brasil, deve ter um impacto menor na economia brasileira do que há alguns anos, quando o país tinha maior dependência externa, afirma Cândido Bracher, presidente do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), em entrevista para comentar os resultados do banco. “Um evento desses, de elevação súbita da taxa de juros no mundo, pode provocar reações no Brasil, pode provocar desvalorização de ativos, vai provocar uma certa elevação das taxas de juros para captação de empresas no exterior, mas não provoca nenhum efeito disruptivo em nossa economia”, diz.

Ele considera, porém, que as oscilações provocadas nos mercados podem influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir os juros amanhã. “Eu creio que o Copom vai reduzir o juro em 0,25% ponto percentual amanhã, para 6,75%, mas não tenho certeza absoluta, os eventos de ontem talvez deem uma desencorajadinha nessa redução” afirma. “Mas acho que isso é possível e a dúvida que fica é se a queda dos juros para aí ou se vai ter mais um corte de 0,25 ponto 45 dias depois”, disse. O Itaú trabalha com mais um corte e juros Selic de 6,5% ao ano.

Juros sobem nos EUA, questão é quanto

Bracher diz que não tem dúvida que os juros vão subir nos Estados Unidos, com mais três ou quatro aumentos de 0,25 ponto percentual cada. “Estive recentemente em Davos e, em todas as conversas, a grande dúvida dos participantes de mercado, empresas, bancos, investidores, em relação se estamos vivendo uma bolha nos ativos internacionais ou não, era a perspectiva de elevação dos juros”, afirma. “A perspectiva que dá sustentação aos preços atuais dos ativos é de uma alta gradual dos juros e chegando a um nível que ainda será inferior ao dos juros anteriores da crise, em 2007, 2008”, explica. “As razões para duvidar disso é que o preço dos ativos vem subindo muito há um bom tempo e quando isso acontece é bom você parar e se perguntar se já não subiu demais”, diz.

Emprego maior e risco para a inflação

A segunda razão para duvidar desse cenário otimista para os juros, afirma Bracher, é que os Estados Unidos estão com um nível de desemprego abaixo de 5%. “E existe em economia uma correlação entre desemprego e inflação, a chamada Curva de Phillips, pela qual desemprego mais alto corresponde a inflação mais alta”, diz. Com desemprego mais baixo, o poder de barganha dos trabalhadores aumenta e há pressão para cima nos sala, e vice-versa. Mas, apesar da queda do desemprego nos EUA, a inflação não tem subido, observa Bracher. “Isso provoca a pergunta, entre bancos centrais e economistas, sobre o que aconteceu com a Curva de Philips”, diz. As explicações incluem teorias de que a inflação ficou menos sensível ao emprego, ou que a curva mudou e agora, com um mesmo nível de desemprego, se tem uma inflação menor, por conta dos avanços tecnológicos que reduzem a necessidade de mão de obra.

Na sexta-feira, lembra Bracher, veio a notícia de que os Estados Unidos criaram 200 mil empregos, mais que o esperado pelo mercado. E isso deflagrou um receio renovado de que agora a inflação vai subir. Mas isso ainda não aconteceu. “Ainda é cedo para dizer”, afirma Bracher, lembrando que o Dow Jones ontem caiu 4,6% e hoje chegou a subir. “A resposta é que não sei o que vai acontecer”, conclui.

Efeito limitado

Já o efeito sobre o Brasil deve ser limitado, afirma Bracher. “Em outros tempos, o impacto seria seríssimo”, diz. Ele lembra que, nos tempos em que o Brasil tinha uma dependência externa muito maior, com uma dívida externa grande, um déficit em contas correntes elevado, qualquer crise de liquidez e elevação dos juros nos mercados internacionais provocava reações violentíssimas no Brasil. A taxa de juros tinha de subir muito, o real se desvalorizava e a inflação subia.

Hoje a situação externa do Brasil é extremamente forte, destaca Bracher. O país teve um déficit de contas correntes no ano passado de menos 0,5% do PIB, o investimento direto estrangeiro foi US$ 80 bilhões ou 4% do PIB, as reservas são US$ 380 bilhões, “então não há nenhum receio hoje quando à solvência do país, com a capacidade do país em liquidar seus compromissos em moeda forte”, afirma.

Por Arena do Pavini

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.