(Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta sexta-feita nova fase da operação Lava Jato tendo como alvo duas das principais empreiteiras contratadas pela Petrobras (SA:PETR4), a Odebrecht e a Andrade Gutierrez e, segundo notícias da mídia, os presidentes das duas empresas, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo, estão entre os presos.
Em comunicado, a PF informou que nesta nova fase da operação, policiais federais cumprem 59 mandados de prisão e busca e apreensão em quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Segundo o comunicado da PF, são 38 mandados de busca e apreensão, nove mandados de condução coercitiva, oito mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária.
A Odebrecht confirmou, em nota oficial, a operação da PF em escritórios da empresa em São Paulo e Rio de Janeiro, assim como mandados de prisão para executivos. A empresa, no entanto, não identificou as pessoas levadas pela polícia.
"A CNO (Construtora Norberto Odebrecht) entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", disse em comunicado.
A Andrade Gutierrez, também em nota, afirmou não ter qualquer relação com os fatos investigados pela Lava Jato e disse estar prestando apoio a seus executivos. A companhia também não disse se seu presidente foi preso.
"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível", disse.
A operação Lava Jato investiga um esquema de cartel para vencer licitações de obras da Petrobras (SA:PETR4) com sobrepreço. Em troca, as empresas pagavam propina a funcionários da estatal, operadores que lavavam dinheiro do esquema, políticos e partidos.
Diversos executivos de grandes construtoras, bem como ex-diretores da Petrobras e operadores do esquema, já foram presos no âmbito da Lava Jato por suposta participação no esquema de corrupção.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Reportagem adicional de Walter Brandimarte, em São Paulo)