Investing.com - Após a divulgação do balanço do terceiro trimestre na noite de ontem, as ações da Vale iniciam a sessão desta quinta-feira com valorização de 2,77% a R$ 55,94. A companhia teve queda no lucro líquido atribuído ao acionista de 19,5%, para R$ 5,75 bilhões. Os números tiveram impacto do câmbio, apesar do forte resultado operacional guiado pela demanda da China por seu minério de ferro de melhor qualidade.
O resultado líquido da maior produtora global de minério de ferro e níquel disparou na comparação com o segundo trimestre, quando a empresa registrou 306 milhões de reais, informou a mineradora nesta quarta-feira.
No ponto de vista da Mirae Asset, o resultado operacional foi bom, a empresa continua mostrando a desalavancagem e o lucro líquido foi impactado por efeito cambial. Os analistas avaliam que o preço do minério de ferro continua num patamar muito atraente, o que tende a beneficiar a companhia.
Para a corretora, o ponto negativo no momento é a variação cambial, que impacta na receita e margens da empresa, e que com a recente queda nos últimos dias, impactou negativamente na VALE3. A recomendação segue de compra, com upside de 23%. A ação negocia a um múltiplo EV/Ebitda 2018 de 5,2% para 2018 e de 5,1x para 2019.
Para Felipe Bevilacqua, da Eleven Financial Research, a Vale apresentou bom resultado, com os números dentro do esperado. No entanto, ele destaque a que isso é muito positivo, visto que a empresa a cada dia que passa se torna mais previsível. Os destaques positivos ficaram com forte geração de caixa e redução do endividamento líquido.
Bevilacqua destaca que um ponto de grande importância e positivo foi a redução do endividamento líquido, o número que era de US$ 21,1 bilhões em setembro de 2017 foi reduzido para US$ 10,7 bi em setembro de 2018, uma redução de praticamente 50% em 12 meses, influenciado pela forte geração de caixa de US$ 3,1 bilhões no mesmo período.
A casa de análise entende que a Vale vive um momento muito positivo com aumento da liquidez das ações, maior previsibilidade nos resultados, forte redução do endividamento e foco na qualidade do produto em detrimento de volumes de produção.
Já para a Coinvalores, com os números dentro do esperado, a divulgação deve exercer influência apenas marginalmente positiva sobre os papéis da companhia hoje.
O lucro líquido recorrente, que desconsidera efeitos como de flutuações cambiais, subiu cerca de 25 por cento, para 8,3 bilhões de reais, em um período em que a empresa bateu recordes de produção e vendas de minério de ferro e pelotas, com altos prêmios.
"Os fortes resultados do terceiro trimestre mostram a mudança estrutural nos mercados de minério de ferro e aço chineses. Somos a empresa de mineração mais bem posicionada para nos beneficiarmos do 'flight to quality', dada a crescente participação de produtos premium", disse o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman, no relatório.
Segundo a companhia, os prêmios de qualidade de minério de ferro e pelotas alcançaram recorde de 11 dólares/tonelada, representando um aumento de 4,2 dólares/tonelada ante o terceiro trimestre de 2017, "compensando totalmente a queda nos preços de minério de ferro".
Por outro lado, o real se depreciou 3,8 por cento em relação ao dólar, gerando um efeito contábil negativo não-caixa que reduziu o lucro líquido da Vale em 2,7 bilhões de reais.