CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - O primeiro jato de passageiros projetado na China será entregue sem certificação dos Estados Unidos, um potencial obstáculo tanto para a credibilidade internacional da aeronave como aos esforços conjuntos de segurança por reguladores chineses e norte-americanos.
O avião regional Comac ARJ-21, que pode acomodar até 90 passageiros, recebeu a certificação da Administração de Aviação Civil da China (CAAC) em dezembro e será entregue em breve à Chengdu Airlines, que lançará o jato, disseram à Reuters duas pessoas familiares com a programação.
O avião viajará sem a certificação da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), apesar de um esforço de cinco anos para obter o apoio da FAA aos procedimentos de certificação da CAAC, disseram as fontes.
Uma certificação da FAA teria impulsionado a reputação da fabricante de aeronaves Commercial Aircraft Corp of China (Comac) e aberto o caminho para a aeronave ser vendida e operada globalmente, embora as expectativas de vendas para o exterior sejam baixas.
Sem isso, a fabricante de aeronave pode operar somente na China e em alguns países da Ásia, África e América do Sul que reconhecem o certificado da CAAC.
A Chengdu Airlines, uma companhia aérea de baixo custo, deve colocar o avião para voar em operações domésticas comerciais no primeiro trimestre de 2016. A Comac recebeu quase 350 pedidos para o ARJ-21, principalmente de companhias aéreas chinesas e empresas de fretamento.
(Por Siva Govindasamy e Matthew Miller; com reportagem adicional de Fang Yan, David Morgan e Tim Hepher)